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Após constatar desconforto de usuários, Anac estuda criar selo certificador para assentos de aviões

Mylena Fiori e Alex Rodrigues Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer implementar um selo que indique as dimensões das poltronas dos aviões comerciais. Concebida a partir de uma pesquisa sobre o espaço interno dos aviões, a ideia é criar, com base nos dados disponibilizados pelas próprias empresas, um quadro semelhante ao usado para indicar o nível de consumo energético de eletrodomésticos, informando as distâncias entre as fileiras.

“Estamos pensando em colocar algo que possa ser facilmente identificável pelo usuário na hora dele comprar sua passagem. O selo é uma coisa simples para que as pessoas pesquisem seu significado”, explicou o superintendente de Segurança Operacional da Anac, Carlos Eduardo Pelegrino.

Segundo ele, o selo será uma referência a mais para que os usuários possam avaliar a qualidade dos serviços. “A informação é importante porque, com base nela, na hora em que você vai comprar sua passagem você pode decidir [com qual companhia viajar]. O que é confortável para mim, que tenho 1,87 metro, pode ser diferente para quem tem 2 metros”, afirmou, explicando que o selo não servirá como referência para outros aspectos que influenciam na percepção do conforto, como os serviços de bordo.

Pelegrino disse que os técnicos da Anac ainda estão finalizando a proposta, que não tem data para entrar em vigor e, antes, deve ser discutida com os representantes das companhias aéreas.

“Estamos fazendo força para lançá-lo ainda este ano. Não é nada para perder de vista, embora eu prefira não fechar uma data porque ainda estamos trabalhando nisso e precisamos envolver as empresas aéreas e outros institutos que queremos que conheçam nossa idéia para validá-la.”

Ele explica que as empresas são livres para definir o tamanho de suas poltronas, desde que a configuração final atenda às regras internacionais de segurança, certificada por meio de um teste que checa o tempo que os passageiros e a tripulação levam para deixar a aeronave em caso de emergência.

“Todo mundo tem que abandonar a aeronave em 90 segundos. Sem a distância adequada entre as poltronas, as pessoas vão ter dificuldades para sair de seus assentos”, disse Pelegrino, assegurando que, hoje, todas as empresas aéreas brasileiras atendem a esse requisito de segurança.

Sobre a pesquisa, realizada no ano passado, o superintendente afirmou que o resultado final demonstrou que a distância entre as poltronas é suficiente para acomodar confortavelmente a maioria dos passageiros brasileiros, mas a distância lateral é “desconfortável”. “Muitas vezes, se dois ou três homens sentam numa mesma fileira, eles têm que se sentar meio de lado, mudando constantemente de posição.”

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