Parceria com consórcio americano investe na produção
Jornal do Brasil
A VSMPO-Avisma e a Boeing abriram na terça-feira passada a empresa conjunta Ural Boeing Manufacturing (UBM) com volume total de investimentos no valor de US$ 65 milhões. Essa produção conjunta foi criada há dois anos em condições paritárias (50% para cada parte), mas no momento do lançamento da produção a situação se alterou – a FAS permitiu que a parceira americana aumentasse o seu pacote na UBM e ficasse com o controle.
Depois que a agência antimonopólio aprovou a compra dos 19,5% das ações com direito de voto, a participação da Boeing aumentará para 60,5%.
“Com esforços conjuntos da Boeing, da VSMPO-Avisma e da Rostekhnologuii (detém 66% da VSMPO) foi criada uma aliança mutuamente vantajosa que será capaz de solucionar as mais complexas questões produtivas do século 21 com a utilização das mais modernas tecnologias e em nível dos padrões mundiais de qualidade” – conforme palavras do comunicado conjunto expressadas por Serguei Tchiemiezov, principal executivo da corporação Rostekhnologuii e presidente do conselho de administração da VSMPO-Avisma. A nova empresa vai cuidar do tratamento mecânico inicial das estampagens de titânio para a aeronave Boeing 787 Dreamliner, bem como para aviões de passageiros russos.
A especificidade da produção será “a cadeia única de ciclo fechado para apoio à produção de produtos semielaborados de titânio”. A UBM fi cará situada em proximidade imediata da produção de titânio da VSMPO-Avisma.
As matérias-primas serão imediatamente enviadas à UBM para tratamento mecânico inicial, e os cavacos de titânio que forem retirados serão em seguida enviados de volta para a VSMPO-Avisma para novo tratamento.
Como informou no comunicado John Bern, presidente do conselho de administração da UBM, o rendimento projetado da produção será de 10 conjuntos de aviões mensais e a companhia pretende produzir nesse nível em 2010. As primeiras entregas, segundo Bern, devem começar em setembro de 2009. Apesar da vantagem conseguida pela Boeing, analistas do setor não temem que a produção das peças para o Dreamliner seja em detrimento dos aviões russos. A VSMPO, desde 1997 fornece para a Boeing em torno de 25% do titânio necessário para a produção de aviões civis.
A UBM não é o único projeto da construtora americana de aeronaves na Rússia. Nos 13 últimos anos, a Boeing executou contratos na Rússia no valor total de US$ 5 bilhões. Desde 2001 a Boeing participa da elaboração e da criação do avião regional russo Superjet100. Nos próximos 30 anos a Boeing pretende investir mais de US$ 27 bilhões, “esses recursos serão investidos no programa de cooperação com parceiros russos na área de produção de titânio, na elaboração de projetos e na elaboração de tecnologia aeronáutica civil, bem como na aquisição de diferentes tipos de serviços e de materiais”, informa a companhia. A Boeing poderá permitir-se participar dos planos nessas proporções graças ao longo ciclo de produção.
Embora o setor de construção de aeronaves tenha sido gravemente afetado e a Boeing esteja perdendo vendas, isso “não acarreta a redução da produção nas empresas da Boeing, uma vez que a carteira de pedidos da companhia está programado para seis anos à frente”, afirma Khafizov: “Se alguém desistir de um pedido já feito, isso levará à mudança dos prazos para o cumprimento dos pedidos apresentados depois”.
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