Bruno Tavares e Carolina Freitas – O Estado de São Paulo
A TAM informou ontem que já substituiu os tubos de pitot (sensores de velocidade) de toda a frota de Airbus. Maior operadora de aeronaves da fabricante francesa na América Latina, com um total de 125 jatos, a companhia tem hoje 20 aviões do modelo A319; 82 A320; 5 A321; 16 A330 e 2 A340. "A orientação (do fabricante) foi 100% aplicada", afirmou à Agência Estado o presidente da TAM, David Barioni.
Em setembro de 2007, a Airbus emitiu a todos os operadores uma recomendação para que trocassem os sensores. Embora o procedimento fosse facultativo, a empresa decidiu acelerar a substituição, sobretudo nos A320. Tripulantes desse modelo já haviam reportado panes nos computadores (basicamente erros na medição de velocidade) ocasionadas por falhas nos tubos de pitot.
O defeito estaria no sistema antigelo, que não daria conta de evitar o congelamento das sondas durante longas viagens.
Panes nos tubos de pitot são consideradas raras - mesmo porque, nos jatos modernos, eles funcionam de forma independente. Essas sondas têm a função de medir a pressão externa e transmiti-la aos computadores do avião, onde serão processadas, fornecendo aos pilotos a informação exata sobre a velocidade no ar. Uma falha de medição - provocada por congelamento, entupimento ou mesmo uma violenta diferença de pressão - pode fazer os sistemas informatizados "enlouquecerem" e transmitirem para a tripulação dados incorretos.
Essa é uma das linhas de investigação do Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA) para esclarecer as causas da tragédia com o voo 447. Com dados imprecisos, os pilotos do jato podem ter acelerado ou reduzido a potência dos motores. Na primeira hipótese, corre-se o risco de atingir rapidamente velocidades transônicas - estágio que antecede a supersônica - e, na segunda, pode haver queda por perda de sustentação.
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