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País evita privilegiar tese de falha técnica

Companhias aéreas elogiam segurança dos A330

Jornal do Brasil

Informações coincidentes divulgadas em Paris durante o fim de semana reforçaram a tese de que falhas nos aparatos de medição de velocidade do Airbus A330 causaram o acidente com o avião da Air France sofrido há uma semana. Contudo, ontem, o secretário de Transportes francês Dominique Bussereau tratou de limitar as especulações relativas a este sistema de cálculo de velocidade.

O secretário precisou que, até o momento nenhuma hipótese sobre as causas do desastre foi privilegiada e tratou de limitar a importância da tese relativa à sonda em questão.

– Desintegração do voo, choque ou impacto contra a superfície do oceano. Por enquanto, não existe qualquer indicação que permita privilegiar uma dessas hipóteses – indicou Bussereau à emissora de rádio RTL. – Imaginemos que houve falha nessas sondas, com apenas esta falha não se pode explicar o problema da desaparição do voo AF447.

Segundo o semanário francês Journal du Dimanche , os problemas com os medidores de velocidade, os chamados tubos pilots, haviam sido identificados nos Airbus desde 1996.

No sábado, o escritório francês responsável pelas investigações havia constatado um número de falhas nos instrumentos que permitem medir a velocidade nos Airbus A330. Investigadores franceses precisaram que o fabricante europeu do Airbus havia previsto substituir os instrumentos em todos os modelos A330 e A340.

Apesar das suspeitas, presidentes de várias das maiores companhias aéreas argumentaram ontem que o Airbus A330 é um avião seguro e a queda da aeronave da Air France deve ser vista como um acidente isolado.

– É um avião bom, seguro – disse o presidente-executivo da Singapore Airlines, Chew Choon Seng, que tem encomendas de 16 unidades do A330 e 33 aviões Airbus de outros modelos até março. – Não devemos tirar conclusões precipitadas.

A Korean Air, que utiliza três desses modelos, disse que os aviões são bons tecnicamente e que também não pretende encostá-los.

O acidente aconteceu em um momento ruim para as companhias aéreas, já sofrendo com uma combinação de baixa demanda de transporte de carga e passageiros, preocupações com a gripe A (H1N1) e o preço crescente do petróleo.

Apesar da desaceleração, a fabricante europeia de aviões Airbus está mantendo a meta de vender cerca de 300 aviões em 2009.

– Trezentos ainda é a nossa meta, mas é mais que um esforço agora – disse à Reuters o diretor comercial da Airbus, John Leahy.

Busca

O submarino nuclear de ataque francês Emeraude chegará quarta-feira à zona onde o Airbus da Air France teria caído, para participar na busca das caixas-pretas da aeronave, anunciou o gabinete do primeiroministro francês.

O envio do submarino nuclear de ataque, sem precedentes em tais circunstâncias, foi anunciado sexta-feira pelo ministro da Defesa, Hervé Morin. O Emeraude é um dos seis submarinos nucleares de ataque franceses e não leva mísseis nucleares.

O primeiro-ministro francês, François Fillon, nomeou Pierre-Jean Vandoorneun, atual inspetor-geral das Relações Exteriores, embaixador encarregado das relações com as famílias das vítimas desaparecidas.

Fillon reuniu ontem vários ministros, entre eles o do Transporte, Jean-Louis Borloo, e o chanceler Bernard Kouchner, com o objetivo de coordenar todas as ações iniciadas após o desaparecimento do Airbus.

 

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