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Gigantes e ociosos

Luís Osvaldo Grossmann
Da equipe do Correio Braziliense

A redistribuição de vôos concentrados em Congonhas (SP) para outros aeroportos do país exigirá muito planejamento das autoridades brasileiras da aviação civil. A Infraero reconhece ser essa uma parte delicada do plano de ação apresentado na última sexta-feira e prevê que serão necessários até 90 dias para redesenhar parte da malha aeroviária do país. A empresa incluiu seis aeroportos entre os que devem receber os vôos deslocados. Entre os maiores, dois deles — Cumbica e o de Brasília — encontram-se operando acima da capacidade prevista.

Já no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, a situação é bem diferente. O primeiro tem capacidade para receber 15 milhões de passageiros por ano, mas o movimento em 2006 foi bem inferior a isso — 8,8 milhões, segundo dados da Infraero. Na prática, um dos dois terminais fica praticamente vazio, fato agravado pela quebra da Varig, que retirou do Galeão cerca de 500 mil passageiros por ano. O aeroporto de Confins não chega a apresentar uma ociosidade tão grande, mas é outro onde ainda sobram vagas. Com capacidade para receber até 5 milhões de passageiros, registrou o movimento de 3,7 milhões. Esse cenário é melhor que o de dois anos atrás, quando apenas 10% da capacidade era ocupada.

Os dilemas de ambos, no entanto, são semelhantes. Tanto no Rio quanto em Belo Horizonte os grandes aeroportos se esvaziaram enquanto o movimento crescia fortemente nos menores — Santos Dumont e Pampulha. Mais próximos do centro das metrópoles, esses terminais sempre foram preferidos pelos viajantes. Até 2005, Pampulha tinha capacidade para 1,5 milhão de passageiros, mas recebia o dobro. No Santos Dumont, a infra-estrutura previa cerca de 1,5 milhão de pessoas, mas recebia 4 milhões.

Em Minas, no entanto, a situação vem mudando desde 2005. Houve a transferência de vários vôos de Pampulha para Confins e, com isso, o aeroporto — que recebeu 388 mil passageiros em 2004 — viu movimento de 2,8 milhões naquele ano. Com novas transferências, o número cresceu para 3,7 milhões em 2006 e deve chegar a 4 milhões este ano.

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