Beth Moreira – UOL

São Paulo - O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, criticou hoje as companhias aéreas pelo excesso de escalas praticados em seus vôos. Na sua avaliação, a estratégia contribui para os constantes atrasos das aeronaves. "Elas precisam reajustar suas malhas. Elas fazem muitas escalas com o mesmo avião. Se ocorre algum atraso nessas escalas, isso mata todo o País." Pereira contou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) "está estudando pesadamente o assunto".

O brigadeiro evitou dar um prazo para a solução do problema nos aeroportos, alegando que a questão é complexa. Ele reiterou que o governo está empenhado no assunto. Segundo ele, "80% do problema é a falta de recursos humanos na área de controle de vôo".

Pereira evitou se posicionar a respeito da desmilitarização do setor. "Se o controlador que estava operando (a tela do radar no dia do acidente com o Boeing da Gol) não fosse fardado, também não teria evitado o acidente." Ele admite, no entanto, que houve falta de planejamento no passado e que o setor aéreo brasileiro cresceu de forma acentuada, muito além do imaginado.

"Enquanto o Brasil não tiver um plano aeroviário nacional, não podemos estimar o investimento necessário para se evitar um colapso", declarou. Ele considera que a Anac tem a competência de liderar esse processo, mas que a Infraero irá colaborar com a Agência. "O apagão deu o empurrão que faltava para que o plano saia do papel."

Pereira aproveitou para rebater as críticas de que a Infraero seria uma "caixa preta" e afirmou que a empresa já entregou todos os documentos pedidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, antes do prazo estipulado. "Somos transparentes e estamos abertos à discussão."

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