À CPI, ele disse que há risco de apagão no transporte de cargas nos próximos anos. O brigadeiro chamou de 'chantagem' a postura dos controladores.
Leandro Colon Do G1, em Brasília
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou à CPI do Apagão Aéreo da Câmara nesta terça-feira (12) que o sistema áereo brasileiro sofre com a falta de aviões no país. Segundo ele, há um saldo negativo de, pelo menos, 80 boeings no Brasil, em decorrência das recentes crises na Vasp e na Varig. Além disso, afirmou, é preciso aumentar o número de terminais no país. "A necessidade maior é atender o fluxo de passageiros e de carga", ressaltou.
Ainda sobre o transporte de cargas, José Carlos Pereira disse que há risco de, em poucos anos, ocorrer um "apagão" no setor. Pereira contou aos deputados que a Infraero investe 48% de sua receita com pista e equipamentos e 52% nas áreas terminais.
O presidente da Infraero ainda criticou a postura dos controladores de vôo em paralisar o sistema aéreo por conta de reivindicação salarial. "Não é colocando um povo em xeque, com chantagem ou sabotagem que se consegue aumento salarial", disse. Ele ainda afirmou ser contra a desmilitarização do setor. Investigações Segundo o brigadeiro, a empresa vem investigando todas as denúncias de irregularidades internas, além de cumprir as determinações do Tribunal de Contas da União (TCU). "Tudo que o TCU determina, a Infraero cumpre", afirmou, referindo-se à paralisação de obras em aeroportos.
Segundo Pereira, o principal problema nas auditorias feitas pelo TCU está nos preços das obras dos aeroportos do país. Para o presidente da Infraero, as exigências de preços baixos feitas pelo TCU são incompativeis com o custo das obras. "Aeroporto não é casa popular, pista de pouso não é rodovia", disse.
De acordo com ele, a Infraero está negociando com a Caixa Econômica Federal uma tabela de preços "consensual" para evitar a paralisação de obras. Pereira disse ainda que a Infraero abre sindicância interna para qualquer denúncia de irregularidade interna.