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Valor de mercado de TAM e Gol cai R$ 5 bi com "apagão aéreo"

JOÃO SANDRINI
da Folha Online

Gol e TAM, as duas principais empresas aéreas brasileiras, já perderam mais de R$ 5 bilhões em valor de mercado desde o início do "apagão" no sistema de controle de vôos do país.

Segundo levantamento feito pela consultoria Economática, a ação preferencial da Gol, que chegou a valer R$ 79,39 em 5 de outubro, fechou ontem cotada a R$ 62,80. A queda, de 20,9%, reduziu o valor de mercado da empresa de R$ 15,6 bilhões para R$ 12,3 bilhões.

Já as ações preferenciais da TAM caíram 16,2% desde o pico atingido em 5 de outubro até ontem, quando fecharam a R$ 62,85. No período, o valor de mercado da empresa caiu de R$ 11,3 bilhões para R$ 9,5 bilhões, enquanto o Ibovespa (principal índice de ações da Bolsa paulista) avançou 13,6%.

As ações começaram a cair após o acidente entre o Boeing da Gol que fazia o vôo 1907 e o Legacy da Embraer, no dia 29 de setembro. A queda do Boeing matou 154 pessoas.

As ações das empresas aéreas não tiveram forte desvalorização nos dias imediatamente posteriores ao acidente, mas, a partir do momento em que o mercado começou a perceber que a queda do Boeing causaria problemas no sistema de controle de vôos brasileiro, as cotações começaram a despencar.

Um analista de banco que não quis se identificar afirmou que ainda vê um cenário negativo para as empresas aéreas no mercado, já que o governo não conseguiu encontrar uma solução definitiva para o caos nos aeroportos.

"O governo fala em diversas medidas, mas nenhuma de fato entra em vigor e a crise continua", disse.

Ao mesmo tempo em que aumenta os custos das empresas aéreas com combustível, refeições e hotéis, a crise afasta passageiros que temem esperar várias horas nos aeroportos.

Segundo o analista de mercado, cerca de 30% dos passageiros das empresas aéreas viajam a lazer e são justamente os que mais relutam em voar com a crise, já que os passageiros que voam a trabalho não têm muita opção.

A TAM informou que a ocupação em seus vôos deve ter ficado próxima a 67% em novembro --dado ainda preliminar. Entre janeiro e outubro, a ocupação média foi de 74% para vôos nacionais e de 78% nos internacionais.

"O último trimestre tem férias, é uma das épocas em que o setor mais se beneficia com o aumento da ocupação com viagens de lazer. Só que neste ano não deve aumentar", disse.

As próprias promoções realizadas pelas empresas aéreas seriam um indicativo de que as vendas de passagens não estão fortes, afirmou ele.

No ano, as ações da TAM ainda apresentam alta de 44%, mas as da Gol caem 1%. O mercado explica a alta da TAM com a fato de a empresa teria sido a que melhor soube aproveitar o espaço deixado pela Varig neste ano, principalmente no mercado de vôos internacionais.

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