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Presidente da Anac prevê que caos nos aeroportos dure até amanhã

ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Anac (Agência Nacional da Aviação), Milton Zuanazzi, afirmou nesta quarta-feira que até amanhã a situação nos aeroportos deverá estar normalizada. Zuanazzi condenou o "clima de terror" que, segundo ele, coloca em suspeição a segurança dos vôos.

Os problemas começaram na terça (5), quando uma pane cortou a comunicação entre os controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e os aviões. A falha causou atrasos em um efeito bola-de-neve nos aeroportos do país.

Segundo Zuanazzi, os problemas só ocorreram porque há excesso de segurança no controle do tráfego aéreo. Ele observou que tão logo se identificou a falha do equipamento que controla a radiofreqüência de contato das torres com os pilotos, os vôos foram cancelados para se evitar acidentes. "Os brasileiros não precisam ter medo de voar", disse.

Segundo o presidente da Anac, a situação deve começar a se normalizar na tarde desta quarta porque há muitos vôos represados. Ele comparou o problema a uma enchente: quando a chuva pára, o nível da água continua alto. "A partir de amanhã os vôos começam a sair no horário normal", afirmou.

Zuanazzi admitiu que há pontos cegos no espaço aéreo, mas disse que são apenas dois ou três e que não colocam em risco a segurança da aviação brasileira. Ele disse que nos oceanos existem vários pontos escuros fora do alcance dos radares e nem por isso há riscos de se sobrevoar estas áreas.

Pane

O comandante do Cindacta 1, coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino, explicou que o problema foi causado por uma falha na ligação entre os sistemas ativo e reserva de freqüências de rádio. Os dois operam juntos, totalizando 20 faixas diferentes. Com o defeito, houve redução na capacidade de comunicação para 13, afirmou.

A falha nos equipamentos dificultou o contato entre os controladores e as aeronaves, já que havia menos freqüências para o mesmo número de aviões.

Crise

Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os atrasos foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.

O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do último dia 2 de novembro, feriado de Finados. No dia 14 do mesmo mês, véspera do feriado da Proclamação da República, grandes atrasos voltaram a ser registrados nos principais aeroportos do país. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília.

Entre os últimos dias 19 e 20 de novembro, os passageiros enfrentaram transtornos atribuídos, desta vez, à chuva e ao efeito bola-de-neve causado pelo rompimento um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) --que coordena o tráfego na região Sul.

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