Produção promoveria energia verde na África do Sul
José Eduardo Mendonça | Planeta Sustentável
A fabricante de aviões Boeing se associou à South African Airways para desenvolver combustível feito a partir de uma espécie de tabaco híbrida, como parte de esforços para diminuir a emissão de carbono e incentivar a energia alternativa na economia mais avançada do continente africano.
Estão sendo feitos testes de cultivo da planta, que não contém nicotina. A produção do combustível, de acordo com os participantes da experiência, começaria “nos próximos anos.” Além disso, alegam eles, agricultores seriam beneficiados pela possibilidade de uma nova atividade.
Este biocombustível tem potencial em diversas regiões onde se cultiva tabaco tradicional, incluindo África, sul e centro da Europa, Ásia, Oceania e América Latina, acredita a Boeing. Ele deverá começar a ser misturado ao diesel e gasolina a partir de outubro do ano que vem, o que vai diminuir a dependência de combustível importado.
A iniciativa, porém, é alvo de críticas, ainda mais se for disseminada pela África, região onde a fome é um problema sério. O plantio ocuparia terras que podem prejudicar a segurança alimentar e provocar um impacto no preço dos alimentos, comenta o MarketWatch.
Dados do setor mostram que o combustível hoje responde por mais de metade dos custos operacionais de um avião transcontinental típico, colocando a mão-de-obra em segundo lugar como gastos.
“Todo mundo está tentando tornar todo o sistema mais eficiente para responder ao tráfego crescente e com a melhora dos padrões de segurança e a redução do impacto ambiental,” segundo Andrew Watt, diretor para o ambiente da Eurocontrol, organização de segurança e gerenciamento de tráfego da aviação civil-militar baseada em Bruxelas.