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Atlantia investe no Brasil de olho nos aeroportos

Por Fábio Pupo | Valor
De São Paulo

Anunciada no começo da semana, a joint venture entre os grupos Bertin e Atlantia para administrar concessões de rodovias pode se estender também a concessões de aeroportos, a exemplo dos planos de outras companhias do setor - como CCR, OHL Brasil e EcoRodovias. O presidente global da Atlantia, Giovanni Castelucci, confirmou ao Valor o interesse, mas disse que as atenções estão voltadas à segunda rodada de concessões de aeroportos. Desde a metade do ano passado, representantes do governo já anunciaram que, depois do leilão de segunda-feira, novos terminais passariam por concessão - como é o caso de Galeão (na cidade do Rio de Janeiro) e Confins (em Belo Horizonte). Segundo Castelucci, a participação nos leilões da segunda rodada de concessões será feita, "provavelmente", por meio da sociedade feita com o grupo Bertin. Pelo fato de a sociedade ser recente, não há - segundo ele - tempo hábil para que a joint venture entre os dois grupos participe já da primeira rodada de leilão de aeroportos. A entrega de propostas dos grupos interessados será feita hoje, em São Paulo, na sede da BM&F Bovespa. "Fizemos a parceria nesta semana para a administração de rodovias. Nosso foco são os próximos (aeroportos) a serem leiloados", diz ele.

Questionado sobre o endividamento do grupo Bertin, Castelucci diz que conhece os problemas enfrentados pelo grupo. "Sabemos dos problemas dos nossos sócios. Não assusta. Esperamos que eles os resolvam o quanto antes", diz. Coincidência ou não, Castelucci descarta qualquer tipo de envolvimento da sociedade Atlantia-Bertin em energia. O foco no grupo, diz, é mesmo o setor de transportes. Conforme publicou o Valor, o grupo Bertin havia cogitado entrar na disputa pela concessão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília. Mas a entrega de propostas já foi praticamente descartada pela companhia. "O grupo tem atuação em diferentes setores e é bastante ativo. Neste momento, no entanto, concentramos as atenções nesse acordo com o grupo Atlantia", disse Alexandre Tujisoki, diretor financeiro do Bertin. O grupo Atlantia já tinha participação, desde 2009, na concessionária Triângulo do Sol, quando adquiriu uma participação. Com isso, ele já administrava 400 quilômetros de rodovias no Brasil. Após o acordo com o Bertin, passa a administrar quatro vezes mais: cerca de 1,6 mil quilômetros.

Estão envolvidas na operação quatro concessionárias, sendo três do Bertin (Nascentes das Gerais, Rodovias das Colinas e Rodovias do Tietê) e uma da Atlantia (Triângulo do Sol). Como o valor total de ativos cedido pelo grupo brasileiro é superior aos da Atlantia, serão realizados aportes que somam R$ 300 milhões pelo grupo italiano na joint venture. Em três anos, o investimento por parte da sociedade aplicado nas quatro concessionárias está previsto em R$ 800 milhões, aproximadamente. A previsão é que a sociedade tenha um endividamento líquido, ao final de 2012, de R$ 1,62 bilhões.

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