Do UOL Economia, em São Paulo 

O processo de reestruturação da American Airlines pode tornar a companhia aérea mais rentável e capaz de comprar mais aviões no longo prazo, disse nesta quarta-feira (30) o presidente da divisão de aviões comerciais da Boeing, Jim Albaugh.

Ontem, a American Airlines e sua matriz, AMR, entraram com pedido de proteção contra falência nos EUA, mas adiantaram que manterão suas operações normalmente. O pedido de proteção contra falência é similar à recuperação judicial nos termos brasileiros -- a antiga concordata.

Neste ano, a companhia fez um grande pedido de 460 aviões de um só corredor no valor de até US$ 40 bilhões, dividido entre Boeing e a concorrente europeia Airbus, da EADS.

A concordata pode prejudicar partes do pedido que ainda não são firmes. Na terça-feira, o vice-presidente financeiro da AMR, Tom Horton, disse que o pedido estava firme "como uma pedra".

O aumento dos custos trabalhistas e do preço do combustível elevou a dívida da companhia aérea, que teve perdas de US$ 162 milhões no terceiro trimestre deste ano.

Os ativos da companhia estão avaliados em US$ 24,7 bilhões, frente ao passivo de US$ 29,5 bilhões. 

Boeing vê mais competitividade no longo prazo 

Em uma conferência do banco Credit Suisse em Nova York sobre os segmentos aeropacial e de defesa, o executivo da Boeing disse que o pedido de 'concordata' da unidade da AMR dará à companhia aérea uma estabilidade a longo prazo. No entanto, segundo ele, no curto prazo a American Airlines talvez peça a revisão de alguns leasings de aviões.

"Em uma visão a longo prazo, a concordata da American Airlines é muito positiva para ela e muito positiva para nós", disse Albaugh. "Passando por uma reestruturação, sairá dela como uma companhia muito competititiva." 

Airbus diz que American Airlines pretende confirmar contratos 

O diretor de vendas da Airbus, John Leahy, disse em conferência nesta quarta-feira que a American Airlines tem mostrado clareza de que pretende confirmar contratos de encomendas de aviões da fabricante europeia.

Segundo Leahy, o grupo de companhias aéreas que pediu concordata nos Estados Unidos, tem planos de "aposentar" mais rapidamente aviões mais antigos.

O executivo disse ainda que 2011 será o mais importante ano para a Airbus em termos de encomendas, mas que há um maior risco de queda nos pedidos em 2012.

Leahy citou 1.450 encomendas de aviões modelo A320neo e afirmou que ainda existe muita demanda pela aeronave.

(Com informações da Reuters)

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