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Nuvem de cinzas no céu gaúcho

Aeroporto Salgado Filho não foi afetado pelas partículas, que deixaram entardecer com aspecto acinzentado em Porto Alegre

Zero Hora

Depois de cruzar três países, elas chegaram leves e dispersas ao céu gaúcho. Em Porto Alegre, por volta das 17h de ontem, o tempo limpo enegreceu com as cinzas do vulcão chileno Puyehue.

Conforme a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia, não há outro fenômeno climático que possa explicar o aspecto acinzentado em um dia tão claro e seco.

– As partículas estavam sobre a Capital, porém bem mais tênues do que em outros pontos do Estado, sobretudo no Litoral – disse Estael.

De acordo com a meteorologista, três fatores fizeram o material chegar até aqui, a mais de 2 mil quilômetros de distância: a atividade do vulcão, a baixa umidade em todo o percurso até o Rio Grande do Sul e ventos soprando da região do Puyehue para o Estado.

A maior parte da pluma – a nuvem de cinzas – foi direto para alto-mar. O deslocamento pode ser comparado ao de uma frente fria, complementaram os especialistas da Somar Meteorologia. A expectativa é de que as cinzas ainda permaneçam hoje sobre o território do Estado.

Se no domingo o dia foi de transtornos no aeroporto de Montevidéu, no Uruguai, e nos de Buenos Aires, na Argentina, as últimas 24 horas foram usadas para desatar o nó de esperas, cancelamentos e atrasos provocados pelas cinzas do vulcão chileno. O aeroporto Salgado Filho chegou a registrar redução de visibilidade de 10 mil para 6 mil metros, mas não fechou e deve permanecer aberto nos próximos dias, já que o material chega agora ao Estado muito disperso, com pouca concentração – diferentemente do que ocorreu em junho, no auge da erupção. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por enquanto não há risco de fechamento dos aeroportos brasileiros.

Quando o risco existe, a Aeronáutica passa uma avaliação de segurança ao órgão. As empresas aéreas brasileiras TAM e Gol retomaram os voos ainda na manhã da segunda-feira.

Cinzas representam risco para a aviação

No início de junho, quando começou a erupção, o grande volume de cinzas chegou com força à Argentina e ao Uruguai – inclusive transformando a paisagem de cidades como Bariloche pela deposição das partículas. Na ocasião, as empresas aéreas paralisaram as atividades na Capital e cancelaram dezenas de voos, afetando a vida de milhares de pessoas.

As cinzas do vulcão representam um sério risco à aviação, pois, quando sugadas pelos motores, as altas temperaturas podem transformar o material em vidro fundido e provocar falhas no funcionamento da aeronave.

Analistas não conseguem prever quando o Puyehue deixará de emitir material vulcânico. À agência de notícias AFP, o vulcanólogo Manuel Schilling, do Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin) do Chile, disse que tanto a erupção como a coluna de cinzas continuarão por meses e não há um prazo determinado para que acabem.

Atendimento

Em caso de dúvidas, o passageiro deve entrar em contato com as companhias pelos números abaixo:

- TAM: 4002-5700, nas capitais, ou 0800-570-5700, no restante do país.
- Gol: 0300-115-2121
- Aerolíneas Argentinas: 0800-707-3313
- Pluna: 0800-8923080

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