MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA - FOLHA DE SP

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal decretou na noite desta terça-feira a prisão preventiva do empresário Nenê Constantino, um dos fundadores da empresa aérea Gol. O pedido foi feito hoje pelo Ministério Publico.

A decisão do juiz João Marcos Guimarães Silva determina que a prisão será em regime domiciliar, em Brasília. 

O empresário está em São Paulo. Segundo seu advogado, Alberto Zacharias Toron, ele se apresentará à Justiça para cumprir o decreto de prisão. 

"Não conheço o teor da decisão, mas qualquer que seja o teor, a primeiro providencia será a sua apresentação para o cumprimento do decreto de prisão domiciliar. Assim que tomar conhecimento da decisão e ele estiver apresentado entrarei com um habeas corpus para discutir a legalidade da prisão." 

Constantino é alvo de dois processos que apuram a tentativa de assassinato de seu ex-genro, Eduardo de Queiroz, em 2008, e o assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo, em 2001. O empresário é acusado de ser o mandante nos dois casos. 

O pedido de prisão foi feito pelo promotor Bernardo Urbano. A justificativa é que o empresário tem atrapalhado as investigações dos crimes. Um dos argumentos apresentando é a tentativa de homicídio de João Marques, no mês passado, uma das testemunhas no caso do ex-genro que confirmou que o empresário foi o mandante dos dois crimes. 

João Marques, que seria um dos pistoleiros contratos pelo empresário, levou três tiros na porta de uma casa, em Águas Lindas, Goiás. 

Pela manhã, Constantino faltou ao depoimento marcado no Tribunal do Júri, em Taguatinga, cidade a 30 km de Brasília. Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, alegou que realiza tratamento de saúde em São Paulo. 

Em dezembro, Constantino ficou preso em um hospital de Brasília por quatro dias. Em 2009, ele foi detido em São Paulo pelo assassinato do líder comunitário. 

Um dos maiores empresários do país, Constantino é um dos fundadores da companhia aérea Gol. A tentativa de assassinato do ex-genro teria sido motivado por disputas pelo patrimônio da família. 

Eduardo Queiroz Alvez, ex-marido de uma das filhas de Constantino, sofreu um atentado em 2008 quando deixava a Viação Planeta, pertencente ao fundador da Gol. Alvez era um dos diretores da empresa e brigava com a família por causa de uma divisão patrimonial. 

Embora tenha participado do conselho que criou a Gol --hoje administrada por seus filhos--, Constantino está afastado desde 2001, informou a companhia aérea.

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