Novos negócios têm como alvo ajuste de frota às necessidades de perfil de consumo
Cláudia Bredarioli - Brasil Econômico
A necessidade de as companhias aéreas apostarem em aviões mais eficientes contribuiu para os bons resultados em negociações registrados pela Embraer nos últimos dois dias.
"Uma aeronave nova gasta menos combustível e tem um custo de manutenção muito menor", pontua Vincent Baron, diretor da Naxentia, unidade independente da Vallua Consultoria. Ele ainda destaca a necessidade de as companhias aéreas adquirem aeronaves adequadas para seu perfil de consumo, evitando, por exemplo, dispor de grandes aviões para o transporte de uma quantidade pequena de passageiros. Segundo Baron, esse ajuste dá à companhia mais liberdade de adequação dos custos à demanda com rapidez.
No tocante à questão da sustentabilidade, o próprio relatório Market Outlook — um estudo desenvolvido pela Embraer que mostra expectativas para o mercado nos próximos 20 anos —, traz previsão de que limites de ruído e emissão de poluentes mais rígidos demandarão o desenvolvimento de aeronaves mais silenciosas e que utilizem combustíveis mais limpos. Nesse contexto, a companhia destaca que reforçou a sua posição de liderança no uso de tecnologias para que seus produtos atendam às futuras restrições ambientais. A atual família de jatos reduz as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 50%, se comparada com aeronaves de gerações passadas. Cerca de 1.100 jatos com capacidade para 30 a 120 passageiros operados por companhias aéreas regulares têm mais de 15 anos de uso e deverão ser substituídos até 2029.
De acordo com o estudo, as aeronaves no segmento de 60 a 120 assentos continuarão a melhorar a eficiência geral da indústria. Elas ajudarão a reduzir o excesso de demanda, ajustando as frotas compostas por jatos maiores. Estas aeronaves têm substituído aviões antigos, desenvolvido novos mercados e permitido que as companhias aéreas cresçam gradualmente com incrementos menores de assentos. O relatório estima o crescimento médio anual de 4,9% para o segmento de jatos comerciais até 120 lugares nos próximos 20 anos.
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