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Para analista, Galeão perde valor sem trem-bala

Proposta de retirar do traçado estação no aeroporto é alvo de críticas. Deputado pede esclarecimento à ANTT

Cássia Almeida, Fabiana Ribeiro e Geralda Doca - O Globo

RIO e BRASÍLIA. O pleito de investidores interessados no projeto de trem-bala entre Rio e São Paulo, de retirar do projeto a estação do aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), fará o terminal e a região em seu entorno perderem valor e demanda de passageiros, segundo Paulo Resende, doutor em planejamento de transporte da Fundação Dom Cabral.

A questão ainda está em análise na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), mas, se a proposta for aceita, será mais um fator de esvaziamento do aeroporto, que já perdeu para o Santos Dumont os voos domésticos de outros estados. Antes, no Santos Dumont só havia a ponte aérea para São Paulo.

Num primeiro momento, haverá uma queda de demanda importante no Galeão. A longo prazo, esse investimento é recuperado. Se não fizer agora, a chance de a estação ser construída mais tarde é muito pequena.

O entorno do aeroporto também perderia valor, lembra o especialista: O Rio perde muito, principalmente no turismo. Há pacotes vendidos no mundo inteiro.

E a ligação direta por trem-bala ao centro da cidade é mais um atrativo.

O aeroporto hoje opera abaixo de sua capacidade

A retirada da estação Galeão do traçado do trem-bala baratearia o projeto, e esse seria o argumento dos investidores para pedir a mudança. O governo do estado evitou comentar esse pedido, expresso na consulta pública aberta pela ANTT sobre o trem-bala. Disse apenas que a solução é técnica e não política. Já o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) avisou que enviará requerimento à ANTT solicitando informações sobre esse pedido, com cópia para o governo do estado.

O aeroporto de Guarulhos está operando acima da capacidade.

O do Galeão, abaixo. É evidente que é preciso uma estação do trem-bala no Galeão.

A ANTT garantiu, porém, que, se houver alguma mudança no projeto, o aeroporto será contemplado com uma ligação ao trem-bala, mesmo que seja via um meio alternativo, como um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), por exemplo.

Fontes do governo avaliam que a retirada da estação trará grandes prejuízos para o aeroporto, diante das dificuldades de acesso ao terminal.

Politicamente, também seria ruim que só aeroportos paulistas sejam integrados.

Segundo a ANTT, o relatório das 418 sugestões da consulta pública está sendo concluído. A intenção é lançar o edital até o início de abril. A única sugestão aceita até agora foi adaptar as condições do financiamento à demanda pelo transporte.

Willer Furtado, superintendente regional da Infraero no Rio, defende a construção da estação no Galeão.

O aeroporto tem de estar interligado a trem ou metrô. O aeroporto é hoje um transporte de massa. Sou a favor disse Furtado, durante reunião na Associação Comercial do Rio.

Até 2012, serão investidos R$ 667 milhões no Galeão. Desse total, cerca de R$ 40 milhões já foram aplicados. Hoje, de acordo com Furtado, o Galeão opera com ociosidade. Foram 12 milhões de passageiros em 2009, para uma capacidade 15 milhões. Com a conclusão das obras, o terminal estaria apto a receber 20 milhões de passageiros por ano.

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