O Ministério da Defesa entende que a autorização, não mais a concessão, é o melhor regime, pois reduz as barreiras à entrada de empresas interessadas em operar no setor de transporte aéreo de passageiros, cargas e mala postal e, por isso, tende a estimular a competição, o que, pelo menos em tese, deve aumentar a oferta e melhorar a qualidade de serviços aos usuários.
Pela proposta, a exploração de serviços aéreos será realizada em regime privado. As empresas autorizadas deverão observar princípios como eficiência, regularidade, pontualidade, responsabilidade e segurança das operações, e estarão sujeitas à fiscalização. Elas devem também garantir diversidade de serviços, aumento da oferta e da qualidade dos serviços, competição livre e justa e respeito aos direitos dos usuários, entre outras obrigações.
A autorização não tem prazo de validade, mas pode ser cassada em casos como a falência da empresa autorizada ou a suspensão dos serviços por prazo superior a seis meses, entre outros. A autorização também perderá validade em caso de renúncia ou anulação.
É um conjunto de normas que aparentemente assegura a prestação de serviços adequados aos usuários, em termos de qualidade e segurança, e em condições de livre competição, inclusive com maior participação de capital estrangeiro, sem interferência excessiva do Estado que possa afetar os resultados operacionais das empresas autorizadas.
Cabe, porém, indagar se a liberdade adicional de que passarão a dispor as empresas autorizadas a operar no setor aéreo não poderá resultar em concorrência predatória que leve uma ou mais delas a uma situação de desequilíbrio financeiro, conjuntural ou estrutural, e as force a, na busca do reequilíbrio, adotar práticas que piorem os serviços ou impliquem até a inobservância de regras e normas de segurança de voo.
Pelas regras em vigor, os serviços aéreos de transporte regular"estão sujeitos às normas que o governo estabelecer para impedir a competição ruinosa e assegurar o seu melhor rendimento econômico". O projeto retira esse poder do governo.
Essa é apenas uma das questões que precisam ser examinadas com cuidado, sem pressa, pelo Congresso.
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