Assis Moreira e Paula Cleto, de Genebra e São Paulo - Valor
A demanda no transporte aéreo de carga na América Latina aumentou 41,9% em fevereiro, a maior alta e quase o dobro da expansão de 26,5% globalmente, comparado ao mesmo mês de 2009, revelou ontem a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata). Na América do Norte, a expansão foi de 34,1% e na Ásia-Pacífico, de 34,5%.
Em fevereiro, o tráfego aéreo internacional de passageiros também continuou a ter mais demanda. Comparado ao mesmo período de 2009, o crescimento foi de 9,5%. Na América Latina, a alta nesse segmento ficou em 8,5%. A expectativa é de que as companhias aéreas na região terão ganho de US$ 800 milhões este ano, segundo ano consecutivo de balanço positivo.
"Estamos indo na direção certa. Em dois ou três meses a indústria deve voltar aos níveis de tráfego pré-crise" , afirmou o presidente da Iata, Giovanni Bisignani. Embora tenha comemorado os resultados, ele lembrou que a base comparativa é fraca, uma vez que fevereiro de 2009 marcou o pior momento da recessão para o transporte aéreo.
"Esta não é uma recuperação total. A próxima tarefa é nos ajustar a dois anos de crescimento perdido", acrescentou Bisignani. Segundo a Iata, o tráfego de passageiros precisa crescer 1,4% e o transporte de carga subir 3% para retornarem aos níveis pré-crise.
A forte alta no transporte de carga é atribuída à restauração de estoques pelas empresas. A taxa vai diminuir no segundo semestre, depois de os estoques terem atingido níveis normais, na expectativa da Iata. A partir daí, o menor crescimento em cargas será liderado pelo consumo e expansão do comércio mundial.
Nos Estados Unidos, enquanto o PIB cresceu 5,9% no quarto trimestre de 2009, os gastos em consumo só aumentaram 1,7%. Apesar da alta da demanda pelo transporte aéreo, a Iata nota o fraco desempenho das companhias europeias. A expectativa é de que elas perderão US$ 2,2 bilhões este ano, comparado a prejuízo total de US$ 2,8 bilhões das companhias.
A oferta global de assentos subiu apenas 1,9%. A média de ocupação ficou em 75,5% - número que, após ajuste sazonal, alcança 79,3%, um recorde para meses de fevereiro. Na América do Norte, a demanda de passageiros subiu apenas 4,4%, contida pelo endividamento dos consumidores, mas a de carga saltou 34,1%. Na região Ásia-Pacífico, por sua vez, o tráfego de pessoas aumentou 13,5%, sob influência do Ano Novo chinês, e o transporte de carga cresceu 34,5%.
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