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Air China compra Shenzhen Airlines

Jamil Anderlini e Justine Lau, Financial Times, de Pequim e Hong Kong

A companhia aérea estatal Air China anunciou ontem a aquisição da Shenzhen Airlines, numa iniciativa que equivaleu a uma reestatização da companhia privada atualmente em dificuldades, cujo proprietário e altos executivos estão sob investigação por crimes econômicos não especificados.

A Air China disse que vai injetar 682 milhões de yuans (US$ 100 milhões) na Shenzhen Airlines visando dobrar sua participação atual para 51%, ao passo que um braço de investimentos do governo da cidade de Shenzhen também investirá 348 milhões de yuans para aumentar sua participação na companhia aérea de 10% para 25%.

Analistas disseram esperar que a Air China amplie sua participação ainda mais, na esteira do processo falimentar da Huirun, holding privada com participação de 65% na Shenzhen Airlines. A participação da Huirun deverá cair para 24% depois que o acordo for concluído, anunciou a Air China.

Li Zeyuan, um ex-oficial militar que controla Huirun, venceu a Air China numa guerra de lances, num leilão em 2005, e comprou cerca de 65% da Shenzhen Airlines por 2,7 bilhões de yuans, na prática privatizando a companhia aérea antes estatal.

Mas Li foi detido em dezembro, e duas semanas atrás seu mais alto executivo na companhia, Li Kun, foi também envolvido na investigação, deixando a gestão da empresa nas mãos de pessoas que são, simultaneamente, executivos da Air China.

Após anos de prejuízos e uma proliferação de pequenas companhias privadas, o setor de aviação chinês está passando por uma reformulação conduzida pelo governo cuja finalidade é consolidar o setor em torno das três grandes empresas aéreas estatais: Air China, China Southern e China Eastern.

A China Eastern absorveu a Shanghai Airlines, sua rival menor, no ano passado, e uma série de pequenas companhias privadas cessaram suas operações ou foram engolidas por concorrentes estatais a partir do fim de 2008.

Muitos observadores no setor privado chinês, e até mesmo alguns funcionários estatais, têm questionado se a nacionalização é um sinal de que Pequim está revertendo 30 anos de liberalização econômica em favor de maior controle estatal em setores chave.

A Air China anunciou ontem que a Shenzhen Airlines passará a ser sua subsidiária após a transação, prevista para ser concluída em meados de abril. O preço que pago foi muito inferior ao estimado 1,8 bilhão de yuan s que propôs em troca de 65% de participação em 2005.

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