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Aeronáutica investiga acidente aéreo

ANDREZZA TRAJANO - Folha de Boa Vista

Um chefe do Serviço Regional de Investigação da Aeronáutica, que fica sediado em Manaus (AM), está em Roraima para investigar o incidente aeronáutico envolvendo um avião do governo, que levava o governador Anchieta Júnior e outros integrantes do primeiro escalão de Boa Vista a Uiramutã.
 
Segundo a Base Aérea de Boa Vista, o profissional, cujo nome não foi informado, dará entrevista hoje para fornecer detalhes da investigação.

O incidente ocorreu na sexta-feira passada, durante pouso do bimotor Baron, prefixo PT-JTM. A informação dada pelo chefe do Transporte Aéreo do governo, comandante Hélio Alves, é de que uma rajada de vento forte tirou o avião da reta da pista no momento do pouso. A aeronave só tocou o solo no meio da pista, que é feita de chão batido, mas tem boa qualidade. Como a pista 'acabou', o avião dobrou à direita, pegando uma estrada esburacada, o que fez com que a bequilha (roda) quebrasse. Ainda bateu uma das asas em árvores próximas, amassando a lataria onde fica a luminária, na ponta da asa.

O bimotor Baron continua no Uairamutã. Hoje o comandante Hélio Alves irá a Uiramutã acompanhar a avaliação que será feita na aeronave por técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O avião já estaria consertado, conforme ele.

Se a aeronave estiver em condições de voo, será trazida para Boa Vista. Chegando a capital, passará por nova avaliação e, em caso de precisar fazer novos reparos, será levada para uma oficina homologada em Manaus (AM).

"A investigação dirá o que aconteceu, e até lá, se a aeronave não oferecer nenhum risco, poderá entrar em linha de voo", afirmou.

POLÊMICA

- Este foi o assunto mais comentando durante o fim de semana. Inclusive, ventilou-se a notícia de que o chefe do Executivo estaria de copiloto na aeronave. O Palácio Senador Hélio Campos nega a informação.

A notícia surgiu a partir do fato de Anchieta estar sentado no banco reservado ao copiloto, ao lado do piloto Francisco Francimar, que conduzia o bimotor. Ele não possui a licença para pilotar, conhecida como brevê.

"Este avião, quando está voando por instrumento [quando não há visibilidade], tem que ter dois pilotos. Mas quando está na regra visual [quando existe visibilidade do solo] pode ter um piloto só, como ocorreu naquele dia. E este avião é homologado apenas para um piloto utilizando as regras de voo visual, podendo qualquer pessoa sentar na cadeira ao lado", reforçou Alves.

Ainda que o comandante Alves diga que apenas Francimar comandava a aeronave, pessoas que estavam no Município e viram todo o incidente asseguram que Anchieta auxiliava o piloto na navegação.

O governador estaria, inclusive, utilizando acessórios de navegação e teria ficado em estado de choque com o incidente.

O piloto particular Amadeu Triani contesta que uma rajada de vento seja o motivo do incidente aeronáutico. Segundo ele, "a forte ventania não atrapalharia um piloto experiente. Ele saberia julgar se um pouso naquela ocasião seria seguro ou não".

Com o ocorrido, Triani acredita que não se tratava de um piloto experiente no comando da aeronave. "Um piloto não toca no meio da pista. No caso de não ser possível tocar no início da pista, o mais seguro é arremeter e fazer novo procedimento de pouso. Pousar no meio da pista é coisa de manicaca [piloto inexperiente]", afirma.

O comandante Alves assegura que o piloto do bimotor, Francisco Francimar, hoje com 61 anos, pilota desde os 18 anos. "Se ele não fosse experiente, teria acontecido algo pior", observa.
 
BREVÊ - A licença para pilotar não pode ser obtida em Roraima desde 2004, quando o aeroclube local fechou. O lugar mais próximo é no aeroclube de Manaus. Uma carteira de piloto custa, em média, R$ 15 mil.

FROTA

- Além do bimotor Baron, o governo possui outro bimotor Asteca, um monomotor FFR, um Cessna 206, um helicóptero esquilo e dois Learjets, o 55 e o 35 (que será levado a leilão).

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