Eduardo Laguna | Valor
SÃO PAULO - A aliança entre a canadense Bombardier e a China para o desenvolvimento conjunto de aeronaves tende a antecipar o processo de inserção do gigante asiático no mercado aeroespacial global. A expectativa é de Frederico Curado, presidente da Embraer, empresa brasileira que é um dos principais concorrentes da Bombardier.
Segundo o executivo, a parceria deverá afetar a competitividade de fabricantes de aviões em todo o mundo. “Sempre achei que eles (chineses) serão competidores um dia. Com esse acordo eles ficam mais próximos disso”, comentou Curado, que participou hoje de um almoço de executivos com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O presidente da Embraer afirmou, no entanto, que ainda precisa aguardar a evolução do acordo entre a estatal chinesa Comac e a empresa canadense. Ele disse que o Canadá colocará à disposição da Comac uma tecnologia de que os chineses não dispõem atualmente. Isso, segundo ele, deve acelerar a curva de aprendizagem da China na área de aviação.
Curado também disse que espera uma resolução do governo da China sobre a continuidade das operações industriais da Embraer no país durante a visita da presidente Dilma Rousseff à nação asiática.