Eles são contra proposta federal de reduzir local a heliponto. E prometem ir à Justiça
Daniel Gonzales, JORNAL DA TARDE
Entidades que representam pilotos e empresas de Aviação com sede no Campo de Marte, o mais antigo aeroporto paulistano, localizado na zona norte da capital, prometem partir para a briga para tentar barrar a transformação do espaço na estação paulistana do trem de alta velocidade (TAV), São Paulo-Rio.
Hoje, as duas principais entidades, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e a Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas e Usuários do Campo de Marte (Acecam), fazem uma reunião para definir um plano de ação contra a proposta federal, de reduzir o local a um heliponto, para liberar espaço para a estação e pátios de manobras do TAV. Não estão descartadas ações na Justiça e no Ministério Público contra a proposta.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve se pronunciar após a consulta pública sobre o TAV, que termina no dia 15. Mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse na semana passada que o "destino de Marte deve ser os helicópteros".
Segundo Nogueira, aeronaves, hangares e empresas, se "despejados" do Campo de Marte, o quinto maior aeroporto do País em movimento (atrás de Cumbica, Congonhas, Santos Dumont e Galeão), não terão para onde ir.
Atuando no limite, com 283 operações de pousos e decolagens por dia em 2008 (ano em que registrou 103 mil movimentos), o Campo de Marte foi o aeroporto que absorveu praticamente todo o movimento de pequenos aviões e helicópteros após o acidente com o A320 da TAM em Congonhas, em 2007, onde as operações de pequenas aeronaves foram limitadas de dez para quatro por hora.
"O Aeroporto Internacional de Guarulhos não tem vocação para essa atividade e nem espaço para recebê-la", diz o piloto. Pequenos jatos e turboélices particulares descem lá caso haja cancelamento de voos das grandes empresas. "Outras opções não existem: Jundiaí tem pistas e terminal saturados; Viracopos não tem estrutura específica. Sorocaba, idem. E São José dos Campos é longe."
O Campo de Marte foi selecionado em agosto pela ANTT para ser a estação paulistana do TAV - obra que custará R$ 34,6 bilhões - em detrimento de outra opção, o Terminal da Barra Funda, na zona oeste, que não teria espaço para abrigar os pátios dos trens.
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