SÃO PAULO. A Azul, terceira maior companhia aérea do país, vê chance de se aproveitar do recuo em encomendas de aviões dos Estados Unidos e da Europa para avançar na fila de produção da Embraer em 2010, afirmou ontem o presidente-executivo da empresa, Pedro Janot. Hoje, a Azul — que começou a operar em dezembro passado — tem 12 aeronaves da Embraer.
Pelo cronograma oficial, a empresa terá um total de 14 jatos até o fim deste ano. Para 2010, a previsão é chegar a 21 aeronaves. Mas, diante de uma ocupação de seus aviões de 76% no primeiro semestre, acima das líderes TAM e Gol — que operam jatos de maior porte de Airbus e Boeing —, a Azul vislumbra a chance de reforçar ainda mais sua frota no próximo ano, aproveitando-se de desistências de companhias estrangeiras, clientes da Embraer, que estão cortando capacidade.
— Acelerar uma linha de produção (de aviões) nunca é fácil. O que tem é a oportunidade de companhias europeias e americanas cederem posições na linha da Embraer — afirmou Janot à agência de notícias Reuters, acrescentando que o prazo entre a encomenda e o recebimento de uma aeronave da fabricante pode chegar a um ano e meio.
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Janot disse que uma alternativa também poderia ser a aquisição de aviões Embraer de outras companhias aéreas interessadas em reduzir capacidade. Embora tenha admitido que conversas nesse sentido "ocorrem a todo o momento", o executivo não confirmou se já houve contato específico com a fabricante sobre a aceleração nas entregas.
— Se o Brasil crescer perto de 5% ano que vem, há oportunidade de incrementar o projeto Embraer — disse o presidente da Azul. — A gente precisa reagir rápido a essa demanda.
Segundo Janot, uma opção por aeronaves adicionais de outro fabricante, como a Bombardier, não é cogitada pela Azul, pois a empresa tem intenção de ser "monomarca pelo menos pelos próximos dez anos".
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