Pular para o conteúdo principal

Anac vai retirar de operação aviões sem alerta anticolisão

Companhias serão notificadas hoje da proibição de vôos para avião sem equipamento

Dez empresas aéreas serão afetadas; pelo menos duas transportam passageiros em vôos regionais; medida entra em vigor em agosto



MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vai notificar hoje dez empresas aéreas para que deixem de operar pelo menos 25 aviões que não dispõem de TCAS, sistema de alerta anticolisão que funciona acoplado ao transponder.

O conjunto dos aparelhos consegue identificar se outros aviões estão na mesma rota da aeronave, evitando colisões. A retirada das aeronaves não será imediata. O prazo para que as companhias cumpram a determinação é 4 de agosto.

A Anac divulgará os nomes das empresas punidas hoje, no "Diário Oficial" da União. A Folha apurou que a maior parte delas opera aviões de carga, como a VarigLog. Há, no entanto, pelo menos duas empresas regionais - Passaredo e Air Minas - que, de acordo com a Anac, transportam passageiros em aviões sem os equipamentos adequados. As maiores empresas, como Gol, TAM e Varig, cumprem as regras e não estão na lista da agência.

Em 2006, um Boeing da Gol colidiu com um jato Legacy, matando 154 pessoas. Entre os fatos que podem ter contribuído para a tragédia está o de que o transponder do Legacy estava desligado. O Boeing dispunha de TCAS, mas não conseguiu "ler" os sinais do transponder do jato, fabricado pela Embraer. As aeronaves voavam na mesma altura, em direção contrária, e se chocaram a uma altitude de 37 mil pés.

O uso do TCAS é obrigatório no Brasil desde janeiro de 2006 para aviões de mais de 20 assentos. As empresas acabaram negociando com a antiga diretoria da Anac prazos maiores para instalar o equipamento e se adaptar à regra.

Ao assumir, no fim de 2007, a nova diretoria da agência, presidida por Solange Paiva Vieira, enviou notificações para que as empresas aéreas cumprissem a norma. Como isso não ocorreu, elas serão obrigadas a suspender vôos em agosto caso não instalem o equipamento.

A Anac diz que o fato de 25 aviões cruzarem diariamente os céus do Brasil sem o TCAS não representa risco grave para os passageiros. De acordo com a agência, a altura e a rota dos aviões são acompanhadas por controladores de vôos, em terra, que evitam que duas aeronaves trafeguem na mesma rota e na mesma altura, evitando as colisões.

No caso do avião da Gol, no entanto, estão sendo investigadas também possíveis falhas do controle aéreo, que não teria orientado corretamente os pilotos do Legacy sobre o risco de colisão. Caso estivesse ligado, o TCAS/transponder teria disparado um alarme para alertar os pilotos da possibilidade de choque no ar.

A agência compara o TCAS/ transponder ao airbag: ele reforça a segurança, mas não é imprescindível para a condução de um automóvel.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul