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Empresa alemã Fraport poderá operar aeroportos cariocas


Carlos Albuquerque

Caso os planos de privatização dos aeroportos cariocas se concretizem, a operadora do Aeroporto de Frankfurt é forte candidata a assumir a administração dos aeroportos do Rio de Janeiro.
Segundo desejo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a Fraport (Frankfurt Airport), companhia operadora do Aeroporto de Frankfurt e de diversos outros pelo mundo, é forte candidata a assumir a administração dos aeroportos Galeão-Antônio Carlos Jobim e Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

A informação, fornecida à DW-WORLD.DE pelo cônsul-geral do Brasil na Alemanha, Cézar Amaral, foi confirmada na mídia pelo governador Sérgio Cabral, na última quarta-feira (25/06). Segundo Cabral, o presidente Lula teria recebido a proposta favoravelmente, mas com cautela.

Por ocasião de sua visita à Alemanha, na semana passada, o governador do Rio de Janeiro se reuniu com representantes da Fraport em Wiesbaden, capital do estado alemão de Hessen, comentou o cônsul-geral do Brasil. O portal do governo carioca informou que Cabral encaminhará à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o desejo da operadora alemã de assumir a administração dos aeroportos cariocas.

Parceria público-privada

"Não dá mais para continuar com este lenga-lenga da Infraero. Temos de mudar este panorama o mais breve possível. O Tom Jobim tem uma administração de quinta. Não é só no setor de passageiros, onde tudo tem de ser feito, mas também no terminal de cargas, que, embora excepcional, está subaproveitado", afirmou governador Sérgio Cabral, mencionando explicitamente a Fraport como candidata à administradora do aeroporto.

Há tempos que o governador do Rio de Janeiro pleiteia uma parceria público-privada de administração dos aeroportos cariocas junto ao governo federal. Pelo menos até o início deste ano, o presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mostraram-se bastante reticentes aos pedidos de Cabral.

Diferentemente de Lula e Jobim, Dilma Rousseff é defensora da concessão de aeroportos à iniciativa privada, como forma de controle do caos aéreo. O anúncio de privatização dos aeroportos de Natal e Viracopos, em Campinas, mostra que a política de Rousseff lentamente se impõe e que, talvez em futuro breve, o desejo do governador do Rio de Janeiro se tornará realidade.

Uma das líderes do setor

A privatização dos aeroportos é, atualmente, uma tendência mundial. Quase metade do tráfego mundial de passageiros passa por aeroportos privados. Com cerca de 20 mil funcionários e um volume de negócios de mais de 2,3 bilhões de euros, operadora do Aeroporto de Frankfurt é, hoje, uma das líderes do setor. O estado de alemão de Hessen, a prefeitura de Frankfurt e a empresa aérea alemã Lufthansa detêm cerca de 60% das ações da Fraport.

A administradora do Aeroporto de Frankfurt teve origem com a reconstrução do próprio aeroporto daquela cidade no estado alemão de Hessen, após a Segunda Guerra em 1947. Hoje, ele é o principal aeroporto da Alemanha e segundo da Europa. Além de Frankfurt, a Fraport assumiu a administração de vários outros aeroportos em todo o mundo.

Desde 2001, a Fraport assumiu também a administração do aeroporto de Lima e do Cairo. A operadora de Frankfurt também é majoritária na administração dos aeroportos de Antália, na Turquia, e de Varga, na Bulgária.

"Maravilha tecnológica"

Além da privatização dos aeroportos, outro tema que veio à tona após a crise no setor aéreo brasileiro, foi a construção do trem-bala, ligando as duas maiores cidades do país. Já há uma década, o governo brasileiro se ocupa do projeto de trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo.

O projeto de implantação do trem-bala entre o Rio e São Paulo, que poderá se estender até Campinas, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula. Espera-se que o governo realize a licitação para a concessão da linha no primeiro semestre de 2009. O consórcio teuto-brasileiro formado pelas empresas Siemens e DB Consulting, do lado alemão, e pela Odebrecht do lado brasileiro, concorre à concessão.

A intermodalidade aero-ferroviária, ou seja, a ligação do sistema ferroviário e aéreo foi uma das vantagens que trouxe o trem-bala alemão, construído pela empresa Siemens. Vôos de curta distância, como entre Stuttgart e Frankfurt, foram transferidos para ferrovia. O serviço também permite que passageiros que voam a partir de Frankfurt, por exemplo, façam o check-in na estação ferroviária de origem.

Ao viajar no trem-bala alemão, na última semana, o governador do Rio de Janeiro comentou "eu só quero que o trem-bala saia do papel o mais breve possível, porque a cada cidade aonde vou, vejo as pessoas usufruindo dessa maravilha tecnológica".

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