Felipe Recondo

Levantamento feito pelos juizados especiais montados no auge da crise aérea em cinco aeroportos de três Estados - Rio, São Paulo e Brasília - mostra que as empresas de aviação estão apostando na lentidão da Justiça e desistindo de fazer acordos com os passageiros insatisfeitos. Quando foram instalados, em outubro do ano passado, os juizados especiais registravam que, do total de reclamações, 35% a 40% terminavam em acordo entre empresas e passageiros. Agora, esse número varia de 10% a 15%.

“Pode ser que as empresas estejam apostando na demora”, reconheceu o coordenador dos juizados especiais e ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp. “E olha que as demandas não são as mais complexas.” No Aeroporto Tom Jobim, no Rio, por exemplo, quase metade das reclamações (47,12%) são por atrasos.

Com os acordos em baixa, o ministro fez ontem, em reunião no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um apelo para que as empresas voltem a dar ênfase nos acordos, evitando que os casos sejam levados a julgamento. Desde outubro, os juizados fizeram 9.608 atendimentos. Desses, 1.395 - 14,5% - acabaram em acordos. O resto se resolverá na Justiça.

As campeãs de reclamação são a Gol (1.585) e a TAM (1.513), seguidas por BRA (823) e VARIG (369). Procuradas, elas não se manifestaram sobre o assunto. Os juizados especiais ficarão nos aeroportos até 31 de março.

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