Os biocombustíveis poderiam ser usados na aviação comercial em um prazo de cinco a dez anos, o que levaria o transporte aéreo a reduzir em 50% as emissões de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera. A informação foi fornecida nesta segunda-feira (29) por Bill Glover, diretor-geral de Estratégia para o Meio Ambiente da americana Boeing.
Segundo Glover, em 2008 serão realizados os primeiros testes do uso de biocombustíveis em aviões, e, dependendo de seus resultados, a disponibilidade comercial demoraria de cinco a dez anos.
A idéia é começar com uma mistura de biocombustíveis e combustível normal em um percentual pequeno, que aumentaria progressivamente, explicou Glover. Ele admitiu que a possibilidade de usar apenas biocombustíveis é uma visão "muito otimista".
Custos
O representante da Boeing afirmou que o objetivo da companhia é fazer com que o uso de biocombustíveis nos aviões não acarrete custo adicional para os usuários. No entanto, inicialmente serão necessários recursos para cobrir o investimento que precisará ser feito.
O transporte aéreo é responsável por 1,5% das emissões de CO2 dos Estados-membros da UE (União Européia), segundo dados de 2006, contra 52,8% do transporte rodoviário, ressaltou Glover.
Ele afirmou que um carro híbrido com dois ocupantes consome em média três litros de combustível por quilômetro e passageiro, enquanto um avião (com uma média de ocupação de 80%) não chega a esse patamar.
No momento, a Boeing trabalha para obter biocombustíveis a partir de algas.
A empresa também faz estudos no campo de células a combustível que usam uma reação de oxigênio e hidrogênio para fornecer energia elétrica sem poluir. A tecnologia ainda não é usada na aviação comercial.