Assis Moreira – Valor Online

A América Latina tem taxa de acidentes aéreos três vezes maior do que a média global, de acordo com a Iata, associação que representa mais de 240 companhias que fazem 94% do tráfego aéreo internacional. A infra-estrutura é apontada como um dos fatores principais de acidentes, envolvendo problemas de manutenção das pistas, controle de tráfego aéreo, informações meteorológicas, além do uso de aviões velhos, entre outros.

A Iata evita avançar qualquer palpite sobre a tragédia de Congonhas e também sobre a situação específica do Brasil. A entidade destaca que a TAM é a única companhia aérea brasileira que participa de seu Sistema de Gestão de Segurança Operacional. O mecanismo, que procura melhorar a segurança, não significa garantia contra acidente, mas mostra que a empresa procura seguir as melhores práticas no setor. Todas as outras companhias terão de entrar no sistema até o fim de 2008.

O porta-voz da Iata, Anthony Council, insiste que o transporte aéreo é o meio mais seguro de viajar, inclusive porque tem normas de segurança cada vez mais harmonizadas, mas a segurança aérea é "menos forte" em três regiões do mundo. A média de acidentes globalmente é de 0,65% para cada milhão de vôos. Já na América Latina foi de 1,8% no ano passado (não há dado específico sobre o Brasil), na África, de 4,3%, e na Rússia de 8,6%, segundo o porta-voz.

O Oisa, sistema de segurança operacional da Iata, fez recomendações sobre infra-estrutura que têm sido ignoradas por vários países, mas aparentemente o Brasil não estava na lista. Para a América Latina em geral, as sugestões incluem melhoras nos aeroportos.

A preocupação com segurança na infra-estrutura acompanha a expansão do trafego aéreo, que é de 4% a 6% ao ano. Outra questão é localização de aeroportos. A Iata recomenda que eles sejam construídos em áreas restritas, nos arredores da zona urbana, mas sobretudo por razões ecológicas e não por segurança, segundo Council.

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