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Aviões da Funai estão abandonados há mais de uma década em aeroporto do DF

Valor ultrapassa R$ 770 mil, diz fundação; serviço passou a ser feito por táxi aéreo. Funai prevê leilão das aeronaves até o fim ano; especialista aponta falta de gestão.


Por G1 DF

Aviões que pertencem à Fundação Nacional do Índio (Funai) estão abandonados no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, há mais de uma década. Nas imagens feitas pela TV Globo nesta segunda-feira (5), é possível ver que a pintura das aeronaves está desgastada, e os pneus, arriados pela falta de manutenção.

Avião da Funai abandonado no aeroporto JK, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)
Avião da Funai abandonado no aeroporto JK, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)

A coleção inclui bimotores de pequeno porte, modelo Piper Seneca, de fabricação americana e capacidade para até seis passageiros. Há também um bimotor Xingu, fabricado pela Embraer e capaz de transportar até nove pessoas.

Segundo a própria Funai, essas aeronaves têm valor de mercado avaliado em R$ 774,8 mil. Elas eram usadas, entre outras coisas, para transportar médicos e agentes sociais até tribos isoladas. Hoje em dia, o serviço é feito por empresas de táxi aéreo – o custo dos contratos não foi informado.

Manutenção cara

Ainda de acordo com a fundação, os aviões estão parados no hangar há mais de dez anos, desde que o setor responsável pela manutenção foi extinto.

As aeronaves foram abandonadas porque, segundo a Funai, os custos para a restauração ficaram altos demais. "O valor para a recuperação dos aviões é superior a 50% do valor de mercado", informou o órgão, em nota à TV Globo.

Sem condições de reformar os veículos e sem uma destinação adequada para eles, a Funai diz que planeja um leilão para vender as peças até junho deste ano.

Segundo o professor de direito aeronáutico Georges Ferreira, o caso reflete problemas de gestão da fundação indigenista. "Um avião não é caro apenas por si só. É caro, principalmente, por conta da sua operação. As revisões têm que ser periódicas, de 50 horas, 100 horas. É um trabalho muito elaborado, e muito sistemático", diz.

"É um exemplo claro de falta de gestão de recurso público, que é pior até mesmo que o desperdício."

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