Temer não se opõe à negociação entre Embraer e Boeing, mas não aceita perda do controle. 'Em meu governo, a Embraer jamais será vendida', disse. Governo tem poder de vetar mudança acionária.


Por Vladimir Netto | TV Globo, Brasília


O governo é contra a transferência do controle da Embraer para outra empresa e, para isso, pode usar a chamada "golden share", ação de classe especial da qual é detentor e que garante poder de veto em decisões estratégicas, como as da fabricante brasileira de aviões.

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Reprodução

Nesta quinta-feira, Embraer e Boeing confirmaram em um comunicado conjunto que estão negociando uma fusão. O comunicado foi divulgado depois de notícia do jornal norte-americano "Wall Street Journal".

O presidente Michel Temer foi informado da negociação pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossatto, em uma reunião no Palácio do Planalto.

Temer não se opõe à negociação entre as empresas. Admite participação da Boeing como acionista da Embraer, mas não o controle da empresa brasileira pela norte-americana.

“Em meu governo, a Embraer jamais será vendida”, afirmou o presidente na reunião.

No encontro, o ministro Raul Jungmann defendeu a mesma posição, sob o argumento de que a Embraer é estratégica não somente porque é fabricante de aviões comerciais, mas porque atua na área de defesa, como, por exemplo, com satélites.

O governo não é contrário à parceria entre Boeing e Embraer por considerar que isso seria um contraponto no mercado internacional à união entre a europeia Airbus e a canadense Bombardier, principal concorrente da Embraer.

Após o comunicado conjunto das empresas, as ações da Embraer chegaram a ter uma valorização de 40% durante o dia. Fecharam em alta de 22,5%, a R$ 20,20. Em um dia, o valor de mercado da empresa subiu R$ 2,7 bilhões, para R$ 14,8 bilhões, segundo cálculo da provedora de serviços financeiros Economatica.

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