Até agora, voos entre os dois países iam apenas para outras cidades da ilha. 


France Presse


Decolou nesta segunda-feira (28) de Miami o primeiro voo regular a partir dos Estados Unidos para Havana em mais de 50 anos, que ocorre logo após a morte do líder da Revolução cubana Fidel Castro. 


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Primeiro avião da American Airlines a voar para Cuba prepara decolagem em Miami, nesta quarta-feira (7) (Foto: Joe Raedle/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP)


Desde agosto, as companhias aéreas americanas realizam voos para Cuba, mas a capital ainda estava fora dos limites.

A aeronave da American Airlines (AA) decolou às 7h30 local (10H30 de Brasília) do Aeroporto Internacional de Miami, num novo marco na história da aviação entre os dois países.

Os passageiros, que não tinham ideia quando reservaram o voo que sua viagem coincidiria com o funeral de Fidel Castro, morto na sexta-feira aos 90 anos, foram recebidos com guloseimas e chapéus de palha.

"É a experiência de uma vez na vida", declarou uma passageira americana, Priva Rhat, a repórteres. "Será interessante ver como as pessoas vão reagir a sua morte".

Até agora, a AA servia Camagüey, Cienfuegos, Holguín, Santa Clara e Varadero. Somando Havana, agora vai operar 13 voos diários entre Cuba e os Estados Unidos.

Com esta nova opção de trajeto, "nos tornamos a primeira companhia aérea americana a oferecer um serviço regular à capital cubana em mais de 50 anos", disse à AFP Martha Pantin, porta-voz da AA.

A partir de quarta-feira, a companhia aérea terá quatro voos diários desde Miami para Havana e outro a partir de Charlotte, na Carolina do Norte.

Quase duas horas depois, a JetBlue enviou seu primeiro voo de Nova York para Havana e, a partir de então, realizará este voo diariamente.

O mesmo farão as companhias Spirit, Frontier, Delta e Southwest, até completar 110 voos diários, 20 deles para Havana.

O primeiro voo

 
A JetBlue foi a companhia aérea que inaugurou em 31 de agosto o primeiro voo comercial dos Estados Unidos para Cuba desde 1961. Partiu de Fort Lauderdale, ao norte de Miami, na Flórida, e aterrissou em Santa Clara, no centro da ilha.

Terça-feira começarão a decolar os voos diários da JetBlue partindo de Orlando, na Florida, e em 30 de novembro partirão dois voos diários, exceto aos sábados, a partir de Fort Lauderdale a Havana.

"Nosso histórico primeiro voo (de 31 de agosto) começou uma nova era no transporte em Cuba, e mais uma vez a JetBlue fará história", declarou Robin Hayes, presidente da empresa, em um comunicado.

A inauguração de voos para Havana ocorre em momentos muito sensíveis, na ilha e entre a comunidade cubano-americana no exílio, depois da morte de Fidel Castro na sexta-feira. Enquanto Cuba decretou nove dias de luto, os cubanos em Miami não pararam de celebrar desde o anúncio do falecimento.

Estados Unidos e Cuba retomaram os laços diplomáticos em 2015 e concordam em fevereiro deste ano a reiniciar os voos diários entre os dois países.

Desde 1979, os dois países eram ligados por voos fretados por agências de viagens, que supriam a demanda. Mas eram muito caros.

Até agosto, havia apenas trinta voos fretados diários, custando em média 500 dólares ou mais.

Os novos voos serão não apenas mais frequentes, como também vão custar entre 100 e 200 dólares.

O embargo de Washington ainda proíbe o turismo em Cuba, mas os americanos podem viajar dentro de outras 12 categorias. A mais comumente utilizada é a de intercâmbio cultural ou educacional. 




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