Tarifa Rio-São Paulo passa de R$ 152 para R$ 1.104,46 na abertura do Mundial

Marcio Beck | O Globo


Quem tentou garantir antecipadamente a viagem para os principais jogos da Copa — a abertura e a final, em São Paulo e no Rio, respectivamente, e os jogos do Brasil em Brasília e Fortaleza — se deparou nos últimos quatro meses com preços de passagens até 626% mais altos que o normal, segundo levantamento feito pelo site Mundi, obtida com exclusividade pelo GLOBO.

O Mundi considerou os menores preços encontrados em pesquisas realizadas entre julho e outubro, partindo das cidades onde a procura havia sido maior. Para efeito de comparação com os valores cobrados para dias de jogo (em junho e julho do ano que vem), o site especializado simulou uma viagem para o começo de dezembro, marcada com um mês de antecedência.

Na maioria dos casos, as passagens para a Copa custariam pelo menos o dobro de uma viagem fora do Mundial (no caso do levantamento, em dezembro). Para a abertura, uma ponte Rio-São Paulo, de R$ 152 em um voo normal, passou para R$ 1.104,46 para quem comprou em setembro, a maior variação registrada, de 626%. A menor diferença foi de 11% nos voos Recife-São Paulo — de R$798 para R$885,71.

— Quando se marca uma viagem "para frente" geralmente o preço fica mais baixo, mas não foi o que vimos. Trinta dias de antecedência não é sequer o prazo ideal para ter os melhores preços, e mesmo assim as discrepâncias (de dezembro em comparação à Copa) foram significativas — diz o diretor de Marketing do Mundi, Rodrigo Weissman.

Alguns trechos tiveram queda de setembro para outubro, o que Weissman atribui a promoções.

"Aumento injustificável"

A expectativa do governo e das aéreas é de que os preços recuem em janeiro, após a apresentação de um plano especial para remodelar a malha aérea com base na demanda pelas partidas, que serão decididas em sorteio no dia 6.

Segundo o presidente da Embratur, Flávio Dino, as empresas terão 15 dias, a contar do sorteio, para propor mudanças no sistema a fim de melhorar a oferta de voos. A Embratur enviou ofícios, segundo Dino, para a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pedindo abertura de processos administrativos para investigar "eventuais irregularidades":

— Não há nada que justifique aumentos dessa magnitude.

A SAC informou que não se manifestaria sobre o tema até janeiro. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse que o assunto dos preços foi "superado" em reunião com o Ministério da Justiça, a Secretaria Nacional do Consumidor, a SAC, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no dia 31.


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