Além do Japão, voos cessaram temporariamente em EUA, Índia e Chile.
Desde o dia 7, empresas japonesas tiveram 7 incidentes com o avião.

 

Do G1, com agências internacionais

A LAN Chile anunciou na noite de quarta-feira (16) que suspendeu temporariamente a operação dos três Boeing 787 que possui, seguindo a recomendação da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos e as decisões da Índia e do Japão.

"A LAN informa que, de acordo com a recomendação da Federal Aviation Administration dos Estados Unidos (FAA) e em coordenação com a Direção Geral de Aeronáutica Civil do Chile (DGAC), suspenderá temporariamente a operação de seus três aviões Boeing 787 até que a autoridade defina as ações exigidas para esta frota", disse a companhia em um comunicado.

"Aqueles voos realizados pela frota Boeing 787 serão operados por outros aviões da companhia, com o objetivo de mitigar o impacto que esta situação possa ocasionar aos passageiros e clientes de carga durante a alta temporada", acrescentou a empresa.

Anteriormente, a LAN, que se fundiu com a brasileira TAM, havia dito que mantinha em operação os três aviões Boeing 787, embora nas últimas semanas o modelo tenha reportado incidentes em outras companhias aéreas, que, por fim, decidiram manter estas aeronaves em terra.

No comunicado, a empresa afirmou que seus três aviões deste modelo, o primeiro dos quais chegou em agosto de 2012, mantinham revisões constantes.

Na quarta-feira, as autoridades aéreas indianas imobilizaram os Boeings 787 da Air India em Boston após a decisão das autoridades americanas de deixar em terra os seis aviões deste tipo registrados nos Estados Unidos.

"Como resultado do incidente com um Boeing 787 durante um voo nesta quarta-feira no Japão, a FAA emite uma determinação de emergência para resolver um potencial risco de incêndio em uma das baterias do 787 e solicita aos operadores que suspendam temporariamente as operações", disseram os reguladores da FAA em um comunicado.

A United Airlines, a maior companhia aérea do mundo e a única nos Estados Unidos que conta com Boeing 787, com seis aeronaves em serviço, afirmou que vai obedecer imediatamente às ordens da FAA e acomodará seus clientes em outros voos.

No entanto, o presidente da Boeing, Jim McNerney, afirmou na quarta-feira estar confiante na segurança do 787 Dreamliner de seu grupo.

Desde 7 de janeiro, as companhias aéreas japonesas ANA e JAL - as primeiras a utilizar o Boeing 787 - registraram sete incidentes.

Entre os problemas apresentados, figura, sobretudo, uma dificuldade com os freios, uma janela da cabine defeituosa em pleno voo e um vazamento de óleo nas aeronaves da ANA, assim como dois vazamentos constatados em um avião da JAL e um princípio de incêndio devido a uma bateria em um Dreamliner da mesma companhia pouco depois do pouso.

Os aviões Boeing 787 da LAN operavam nas rotas entre Buenos Aires e Santiago, Santiago e Lima e Santiago e Los Angeles.

A LAN previa adquirir 32 aviões Boeing 787 nos próximos 10 anos em um investimento de US$ 4,9 bilhões, um dos mais importantes realizados pela companhia, diante de sua recente fusão e do aumento progressivo do tráfego aéreo no Chile.

Revisão
 

O 787, que tem um preço de tabela de US$ 207 milhões, representa um salto na forma como os aviões são planejados e produzidos, mas o projeto teve várias mudanças e anos de atraso. Alguns sugerem que a pressa da Boeing para compensar este atraso resultou nos recentes problemas, o que a fabricante nega vigorosamente.

Na Ásia, somente as companhias japonesas e a Air Índia têm Dreamliners em operação, mas outras companhias estão entre as que encomendaram 850 unidades do novo avião.

A australiana Qantas Airways disse que o pedido de 15 Dreamliners está mantido, com a subsidiária Jetstar devendo receber sua primeira unidade no segundo semestre do ano.

Os problemas do Dreamliner ecoam incidentes registrados pela rival Airbus, que um ano atrás sobreviveu a uma crise de confiança pública depois do surgimento de rachaduras nas asas do superjumbo A380, o maior avião de passageiros do mundo. Os problemas testaram o relacionamento da fabricante com as companhias aéreas, mas nenhuma encomenda foi cancelada.
 

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