Pular para o conteúdo principal

Santander financia US$ 180 mi para a compra de quatro aviões pela TAM

Virgínia Silveira | Para o Valor
de São José dos Campos

O Santander acaba de fechar com a TAM uma operação de "spanish leasing" para financiar a compra de quatro aeronaves da companhia aérea. O valor total da operação, de US$ 180 milhões, inclui um A321, que foi entregue no final de abril, e três A319, que serão entregues até julho deste ano. Liderada pelo Santander, a operação também envolve o BNP Paribas, o KfW Ipex Bank GMbH e o Credit Industrial et Commercial, que atuaram como financiadores de 85% da dívida.


A TAM é a segunda companhia aérea brasileira a fazer esse tipo de operação. A Azul Linhas Aéreas também utilizou o financiamento de "spanish leasing" do Santander, mas a operação neste caso teve a participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou cerca de 80% do valor de compra de seis aeronaves Embraer 195 para a Azul, avaliadas em US$ 250 milhões.

Para viabilizar a operação com a TAM, segundo o superintendente da Área de Asset & Capital Structuring do Santander, Luis Eduardo Rangel de Paula, o banco criou uma empresa de leasing na Espanha, que comprou os aviões, para depois fazer o aluguel no Brasil.

"Além de estruturador da operação, o Santander também está colocando o capital a um custo mais baixo para a compra do avião", ressalta o superintendente executivo de Corporate & Investment Banking do Santander, Maurício Cesar Farias.

A primeira operação de "spanish leasing" no Brasil foi feita pelo Santander em 2008 e a TAM foi a primeira companhia aérea fora da Espanha a fechar esse tipo de financiamento. Fora do Brasil, segundo Rangel de Paula, o Santander já desenvolveu "spanish leasing" com as companhias Easy Jet, Iberia, Repsol, ArcelorMittal e Air Nostrum.

"A operação com o Santander financia 100% do valor dos aviões e a TAM não precisou colocar nenhum dinheiro no negócio. Além disso, o leasing entra como despesa e não como passivo nas demonstrações de resultado da companhia", disse o vice-presidente de Suprimentos e Contratos da TAM, José Zaidan Maluf.

O pagamento deste leasing pela TAM será feito em parcelas trimestrais por um período de 12 anos. Segundo Maluf, o valor médio dos aluguéis da maioria das operações que a companhia tem contratada giram em torno do pagamento mensal da Libor mais 0,6% ao ano. "Com o Santander, a TAM está recebendo o financiamento das aeronaves a um valor abaixo do custo do capital dela", disse Rangel de Paula.

Nos sistemas tradicionais de financiamento, segundo Rangel de Paula, as agências de crédito cobrem até 85% do valor da aeronave. Se for uma operação de dívida bancária comercial, o financiamento chega a 75% no máximo. O restante tem que ser pago à vista pela companhia aérea.

Segundo o vice-presidente da TAM, Zaidan Maluf, a companhia já fechou todas as operações de financiamento à compra dos aviões que tem a receber durante este ano. A companhia está trazendo oito novas aeronaves para a sua frota em 2011, sendo que quatro vieram através de operação de "spanish leasing" com o Santander, duas do modelo A330 com o apoio de agências de crédito europeias (a Hermes, da Alemanha, a Coface, da França e a inglesa ECGD) e dois A319 com uma agência de crédito japonesa.

"Já recebemos seis e até julho estão previstas mais três aeronaves. Todas elas receberam financiamento através de bancos e quase nenhum capital da companhia", disse Maluf. Além de baratear o custo do financiamento para a compra de aviões, segundo o executivo, essas novas estruturas permitem que a companhia tenha mais dinheiro disponível em caixa para utilizar em outros projetos, como aumento de frota.

O Santander já contabiliza 15 operações de "spanish leasing" de aeronaves em seu portfólio, sendo nove com a TAM e seis com a Azul. Com a TAM, o banco também finalizou uma transação para financiamento de Pre-Delivery Payments (PDP), referente a 21 aeronaves Airbus e seis Boeing.

O executivo da TAM informou que o investimento da companhia em frota este ano totaliza US$ 730 milhões. Em 2012, segundo ele, o valor, a preço de lista, será de US$ 1,7 bilhão e contempla 17 aviões. Até 2015, a previsão da aérea é de uma frota de 182 aeronaves. Atualmente, a TAM possui 155 aeronaves.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul