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China deve manter acordo com o Brasil na aviação

A Embraer também quer continuar a parceria com a estatal chinesa, mas até agora não conseguiu o aval do governo chinês
 

Poder Aéreo

O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, classificou de "importante" a cooperação com o Brasil na área de aviação civil e sinalizou que ela poderá ter continuidade, apesar dos problemas que afetam a parceria entre a Embraer e a estatal chinesa AVIC.


O líder comunista recebeu ontem em Pequim os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que estão na China para preparar a visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao país em abril.

Ambos foram recebidos durante 34 minutos pelo primeiro-ministro em Zhongnanhai, complexo ao lado da Cidade Proibida onde a cúpula do Partido Comunista vive e trabalha. Patriota levou a Wen a mensagem de que sua chefe está entusiasmada com a viagem à China e a vê como uma oportunidade para a retomada do diálogo sobre a parceria estratégica entre os dois países.

Pimentel disse ao primeiro-ministro que a intenção de Brasília é ter relacionamento de longo prazo com a China. Patriota emendou com a lembrança de que empresas brasileiras desejam investir no país e contam com a boa vontade de Pequim – a menção era uma referência velada ao fato de que algumas delas enfrentam barreiras para levar adiante seus planos.

A Embraer também gostaria de manter a parceria que estabeleceu em 2002 com a AVIC, mas até agora não conseguiu o aval do governo chinês. A fábrica que as duas empresas possuem em Harbin, nordeste da China, produz o avião de 50 lugares ERJ-145 para o qual não há mais demanda no país. A intenção da empresa brasileira é fabricar em parceria com a AVIC o jato E-190, para até 120 passageiros.

A China foi o segundo maior mercado da Embraer em 2010 e respondeu por 9,3% das exportações da empresa, com vendas no valor de US$ 368,4 milhões. O país também é o mercado de aviação que cresce mais rapidamente em todo o mundo.

Maior crítico das relações com a China no novo governo, Pimentel ressaltou que o país será o primeiro a ser visitado por Dilma fora do continente americano, em razão de sua importância comercial para o Brasil.

O chanceler brasileiro agradeceu o fato de Wen ter recebido a delegação brasileira no período em que começam os encontros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e do Congresso Nacional do Povo, quando a agenda dos dirigentes de Pequim está sobrecarregada.

Wen chamou Patriota de “bom e velho amigo da China” e lembrou que o diplomata serviu na Embaixada do Brasil em Pequim. O ministro esteve no país em 1987 e 1988 e atualmente é um aplicado aluno de chinês. No fim do encontro, ele e Wen trocaram algumas palavras sem a ajuda do intérprete.

Pela manhã, Patriota havia se reunido com o ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, que ressaltou a parceria estratégica entre os dois países e fez referência às posições comuns de Pequim e Brasília em fóruns multilaterais.

Hoje, Patriota e Pimentel irão se encontrar com o ministro do Comércio, Chen Deming, para discutir temas espinhosos da relação bilateral, que incluem o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês e o pedido de Pequim para que o Brasil cumpra sua promessa de reconhecer a China como economia de mercado.

FONTE: Estadão (reportagem de Cláudia Trevisan)

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