Empresa brasileira estaria estudando a compra da estatal portuguesa em parceria com fundos de investimentos
Gustavo Henrique Braga - Estado de Minas
Brasília – Operadores do mercado financeiro dão como certo que a Gol, controlada pela família Constantino, está negociando uma possível compra da estatal portuguesa TAP. A operação seria fechada em parceria com fundos de investimentos. Para a Gol, o negócio representaria um salto, já que permitiria à empresa expandir as rotas internacionais, atualmente restritas a 12 destinos na América do Sul, para entrar com tudo na Europa. Além disso, a operação pode acirrar a concorrência com a LaTam, companhia resultante da fusão entre a TAM e a LAN, do Chile. Se a compra for efetivada, a frota da Gol subirá das atuais 112 aeronaves para 183.
Os Constantino estariam tratando da fusão desde outubro de 2010, mês em que o governo português anunciou o interesse em concluir a venda da TAP até março deste ano. O governo de Portugal pretende arrecadar 6 bilhões de euros com a venda de quatro ou cinco estatais para tentar equacionar o déficit nas contas públicas que aflige o país. Além da Gol, empresas como a Qatar Airways, a Lufthansa e a International Airlines Group (IAG), companhia resultante da fusão entre British e Iberia têm interesse na TAP.
Demetrius Lucinda, economista da corretora Prosper, considera bem fundamentadas as informações sobre o negócio. Todos os indícios levam a crer que realmente existe o interesse da Gol pela TAP. Além disso, os dois países têm um histórico de grandes transações, como a da Oi com a Portugal Telecom, sugere. Já André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, faz uma análise mais cautelosa da operação. Caso seja efetivado o negócio, o benefício para a Gol é questionável. As estratégias das duas empresas são completamente diferentes e a Gol já deixou claro que tem outras prioridades.
Tradicionalmente, a empresa brasileira prefere atuar em parcerias, investir em uma estatal estrangeira é algo muito distante do modelo de negócios deles, disse.
Análise Há quem defenda que a compra da TAP representaria uma mudança radical na forma de atuação da Gol, considerada hoje uma empresa sem identidade. Há anos a companhia perdeu a bandeira do baixo custo para concorrentes de menor porte e, desde então, não conseguiu reposicionar a marca. Atualmente, a empresa enfrenta a perda de participação no mercado interno e não tem escala suficiente para concorrer nas rotas internacionais.
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil mostram que a liderança do setor, em 2010, foi da TAM com 42,81% de participação no mercado doméstico. A Gol ficou em segundo lugar, com 39,51%. Enquanto as duas maiores companhias do país registraram crescimento anual de 16,31% e 16,99%, respectivamente, rivais de menor porte como a Azul, registraram incremento na demanda 103,53%. A Trip, cresceu 82,64%, a Webjet, 64,10% e a Avianca, 27,05% no mesmo período.
Procuradas pela reportagem, Gol e TAP não confirmaram o negócio. Em resposta a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Gol informou aos investidores que não possui qualquer fato relevante a divulgar em relação às notícias que circulam sobre a compra da TAP e que não está ciente das atividades de investimento porventura consideradas e/ou efetuadas por seus acionistas.
Os Constantino estariam tratando da fusão desde outubro de 2010, mês em que o governo português anunciou o interesse em concluir a venda da TAP até março deste ano. O governo de Portugal pretende arrecadar 6 bilhões de euros com a venda de quatro ou cinco estatais para tentar equacionar o déficit nas contas públicas que aflige o país. Além da Gol, empresas como a Qatar Airways, a Lufthansa e a International Airlines Group (IAG), companhia resultante da fusão entre British e Iberia têm interesse na TAP.
Demetrius Lucinda, economista da corretora Prosper, considera bem fundamentadas as informações sobre o negócio. Todos os indícios levam a crer que realmente existe o interesse da Gol pela TAP. Além disso, os dois países têm um histórico de grandes transações, como a da Oi com a Portugal Telecom, sugere. Já André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, faz uma análise mais cautelosa da operação. Caso seja efetivado o negócio, o benefício para a Gol é questionável. As estratégias das duas empresas são completamente diferentes e a Gol já deixou claro que tem outras prioridades.
Tradicionalmente, a empresa brasileira prefere atuar em parcerias, investir em uma estatal estrangeira é algo muito distante do modelo de negócios deles, disse.
Análise Há quem defenda que a compra da TAP representaria uma mudança radical na forma de atuação da Gol, considerada hoje uma empresa sem identidade. Há anos a companhia perdeu a bandeira do baixo custo para concorrentes de menor porte e, desde então, não conseguiu reposicionar a marca. Atualmente, a empresa enfrenta a perda de participação no mercado interno e não tem escala suficiente para concorrer nas rotas internacionais.
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil mostram que a liderança do setor, em 2010, foi da TAM com 42,81% de participação no mercado doméstico. A Gol ficou em segundo lugar, com 39,51%. Enquanto as duas maiores companhias do país registraram crescimento anual de 16,31% e 16,99%, respectivamente, rivais de menor porte como a Azul, registraram incremento na demanda 103,53%. A Trip, cresceu 82,64%, a Webjet, 64,10% e a Avianca, 27,05% no mesmo período.
Procuradas pela reportagem, Gol e TAP não confirmaram o negócio. Em resposta a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Gol informou aos investidores que não possui qualquer fato relevante a divulgar em relação às notícias que circulam sobre a compra da TAP e que não está ciente das atividades de investimento porventura consideradas e/ou efetuadas por seus acionistas.