Negociação salarial deve ser fechada na próxima semana
 
Jornal do Commercio
Os passageiros que pretendem viajar de avião este mês podem ficar mais calmos. É que depois de semanas de acirradas brigas entre aeroviários, aeronautas e companhias aéreas – que em muitos momentos tumultuaram os aeroportos brasileiros –, a negociação salarial envolvendo o setor caminha para um acordo. Pelo menos era o sentimento de quem participou da reunião de ontem para discutir os percentuais que devem ser aplicados nos salários nos próximos meses.

O mês de janeiro termina sendo crítico para quem viaja porque já é um dos períodos de maior fluxo de passageiros – quando atrasos e problemas de overbooking terminam se tornando mais comuns. 

Com a chamada operação-padrão dos funcionários do setor, a situação fica ainda mais crítica. Empresas de grande porte e que dominam boa parte do mercado tiveram problemas a ponto de registrar quase o dobro da média nacional nos índices de atrasos.
 
Na próxima segunda-feira, haverá outra reunião entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em aviação Civil (Fentac) e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Ontem, embora a Fentac e o Snea não tenham fechado o acordo, o clima já era de calmaria. No início das negociações, os aeronautas (profissionais que trabalham dentro de aeronaves em voo) queriam reajuste de 15%, enquanto os aeroviários (exercem funções em empresas de transporte aéreo) pediam 13%. As companhias ofereciam correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6,08%. No mês passado, os patrões ofereceram reajuste de 8%, e os trabalhadores reduziram a proposta de 15% para 13%. A última proposta dos patrões era de 8,2% sobre os salários e 8,5% sobre os pisos, enquanto os trabalhadores passaram a reivindicar 10% sobre os salários e 15% sobre os pisos.

 
Na reunião de ontem, o Snea manteve a contraproposta e aceitou a criação do piso salarial de R$ 802 para os operadores de equipamentos. Segundo o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado, Luiz Pedro Lucena, a Fentac reduziu a proposta de 10% para 9% nos salários e de 15% para 10% sobre os pisos. O porta-voz do Snea, Jorge Honório, e o presidente da Fentac, Celso Klafke, afirmam que o clima da reunião foi positivo, sem ameaças de paralisações, embora a operação-padrão iniciada em novembro ainda seja mantida pelos trabalhadores. A expectativa é que os sindicatos cheguem a um acordo na reunião da próxima segunda-feira.

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