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América Latina precisa de 28 mil pilotos

Iata considera demanda doméstica em expansão e aumento da frota de aviões nos próximos 20 anos

Até 2020, segundo a Iata, as companhias aéreas no mundo vão precisar comprar 12 mil novos aviões, sendo 5.500 necessários para atender novos passageiros


Assis Moreira | De Genebra - Valor


A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) informa que a América Latina precisará formar 28 mil pilotos de avião nos próximos 20 anos para evitar falta de pessoal, já que o número de passageiros e novas aeronaves aumentará cada vez mais na região.


A estimativa da Iata coincide com o alerta da entidade dos aeronautas no país, de que muitas tripulações tiveram excesso de jornada de trabalho nos últimos dias e não podem continuar operando, o que resultará em mais atrasos nos voos neste fim de ano.


Em Genebra, a Iata vem advertindo sobre a situação "vergonhosa" da infraestrutura aérea no Brasil. Mas não se posicionou sobre o caos provocado pela neve nos aeroportos na Europa, o que é visto pela opinião pública como "incompetência generalizada" de quem dirige os aeroportos no velho continente.


Para a Iata, parece claro que outro problema que pode surgir no futuro na América Latina envolve falta de pilotos qualificados. Guenther Matschnigg, diretor de Segurança, Operações e Infraestrutura da Iata, disse ao Valorque a América Latina precisará de 37 mil pilotos por volta de 2029. O Brasil representa metade do setor aéreo na região. A Iata chegou a essa cifra usando estimativas fornecidas pelos fabricantes de aeronaves, sobretudo Airbus, Boeinge Embraer.
 

Como resultado dessa necessidade e levando em conta aposentadorias e outros "abandonos", a Iata calcula que precisarão ser treinados 28 mil pilotos nos próximos 20 anos para atender a América Latina.

Globalmente, as companhias aéreas vão precisar comprar 12 mil novos aviões até 2020, ao custo de US$ 1,3 trilhão. Desses, 6.500 aparelhos vão substituir aeronaves existentes e outros 5.500 são necessários para atender a demanda adicional.


Parte grande dessa demanda vem da Ásia e da América Latina, para onde está havendo uma mudança crescente no fluxo de voos, estimulado pelo dinamismo da economia. A classe média (com renda diária entre US$ 10 e US$ 100) vai aumentar fortemente e viajará mais de avião.


Para a América latina, a expectativa é de 62,2 milhões de novos passageiros nos próximos cinco anos. O número de passageiros na região pulará de 122,1 milhões em 2008 para 175,6 milhões em 2014, representando 53,5 milhões a mais em voos internos. Nos voos regionais, serão 9,7 milhões de novos passageiros, totalizando 30,2 milhões nos próximos cinco anos. As cifras são consideradas conservadoras, levando em conta o avanço da classe C no Brasil.


A Iata enviou um novo representante permanente para o Brasil e se diz pronta a ajudar, mas considera que o governo brasileiro deve começar o diálogo.


Guenther Matschnigg estima haver tempo para fazer reformas e evitar mais caos no setor aéreo brasileiro durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e a Olimpíada de 2016, tudo isso associado à expansão da demanda interna.


Uma prioridade da Iata é implementar no Brasil, antes de 2014, o Performance Based Navigation (PBN), um conjunto de regras que tem por objetivo registrar alta precisão nas aterrisagens. Também quer ajudar numa transição "sem fricções" no controle aéreo brasileiro, dos militares para os civis. A Iata organizará eventos sobre segurança e infraestutura aérea no país, no ano que vem.

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