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07 julho 2010

Gol acelera acordos com companhias estrangeiras

Estratégia é ter parcerias independentes, ao contrário da TAM

Alberto Komatsu, de São Paulo - Valor

A Gol e a Delta Airlines anunciam hoje um acordo que permite que os seus passageiros possam acumular milhas nos programas de milhagens de ambas as companhias. Essa é a primeira fase de uma parceria que vai resultar num compartilhamento de assentos (code share, no jargão do setor) com a segunda maior companhia aérea do mundo em volume de passageiros e frota (cerca de 700 aviões, sendo que a Gol tem 108) até o início do quarto trimestre.

O diretor de yield (valor que o passageiro paga por quilômetro voado) e alianças da Gol, Marcelo Bento, informa que durante cinco anos a Gol não tem nenhuma intenção de aderir a alianças globais do setor, como Star Alliance, Sky Team e Oneworld. Essa foi a estratégia, conta ele, para a Gol ter mais flexibilidade na negociação de acordos com empresas de diferentes alianças. "Mas nunca digo nunca", acrescenta.

Outros três acordos de code share estão no radar da Gol. Com a holandesa KLM e com a American Airlines, o anúncio deverá ser realizado no terceiro trimestre. Há, ainda, uma negociação com a espanhola Iberia, que deverá ser formalizada até o quarto trimestre deste ano. A Gol já tem um compartilhamento de assentos em vigor com a Air France.

A segunda etapa da parceria entre a Gol e a Delta será implementada em setembro, quando os passageiros das duas empresas poderão trocar suas milhas por passagens. A Gol tem 6,9 milhões de clientes no Smiles e opera 860 voos diários para 62 destinos. A Delta, por sua vez, conta com 81 milhões de viajantes cadastrados no SkyMiles e voa para 368 localidades com 6.500 voos por dia. 

A Gol tem, ainda, cerca de 30 parcerias comerciais em funcionamento com outras companhias aéreas. São acordos conhecidos como "interline". Eles permitem que a Gol, por exemplo, possa complementar um voo seu entre São Paulo e Salvador com a ligação da TAP da capital baiana até Lisboa. Nesse caso, cada companhia vende seus respectivos trechos.

"Não todos, mas alguns desses acordos de 'interline' deverão se tornar 'code share'", diz Bento. 

O acordo de 'interline' é diferente do code share. Se a Gol tivesse um compartilhamento de assentos com a TAP, ela poderia vender a rota São Paulo-Salvador-Lisboa como se fosse sua, incluindo o trecho entre as capitais da Bahia e de Portugal, com o seu código.

A Gol terá um acréscimo de receita e fluxo de passageiros com os acordos que estão sendo negociados, mas Bento não revelou as projeções que foram feitas. Quando entrou oficialmente na Star Alliance em maio, a TAM divulgou que o ganho de receita em um ano seria de US$ 60 milhões.

Atualmente, a TAM tem code share com Air Canada, Air China, BMI, Continental, LAN, Lufthansa, Pluna, Swiss, Tap e United. Ela não é obrigada a fazer acordos de code share com todas as integrantes da aliança global.

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