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15 julho 2010

Em 4 dias, voo 443 teve 3 problemas

Anac fixa prazo para Air France dar explicações sobre banheiros interditados

Flávia Lima e Daniel Brunet - O Globo

Os defeitos em dez dos 13 banheiros de um Boeing 747400 da Air France que obrigaram o piloto a interromper a viagem para Paris, na noite de anteontem, voltando para o Rio, podem ter sido o terceiro incidente no voo 443 em quatro dias. Na segunda-feira, uma pane elétrica teria deixado parte de uma fila de assentos sem luz. No dia 10, uma falsa ameaça de bomba interrompeu o voo quando o avião passava por Pernambuco.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deu cinco dias para a Air France explicar os problemas de anteontem. Passageiros ficaram revoltados com a interrupção da viagem, mas a empresa alegou que a falta de banheiros causaria desconforto.

Segundo a Anac, o problema nos banheiros não configura uma falha de segurança. No entanto, se durante a investigação do caso for comprovado que a Air France descumpriu algum item do regulamento de segurança, a empresa poderá ser punida, inclusive com multa.

Passageiro reclama de falta de informações

O avião decolou do Aeroporto Internacional Tom Jobim às 16h20m de terça-feira e retornou quase seis horas depois, às 22h12m.

Um dos 438 passageiros do voo, o pesquisador Thiago Azeredo, de 29 anos, disse que demorou mais de uma hora para desembarcar e que ninguém da tripulação deu informações durante o retorno ao Rio.

— Agora, teremos que replanejar tudo — reclamou.

A estudante Gabriela Meira contou que a aeronave partiu com seis banheiros quebrados e, durante a viagem, outros quatro pararam de funcionar.

— A gente chegou a Recife e depois retornou ao Rio, num total de quase seis horas de viagem.

Perdemos conexões, excursões — lamentou.

Empresa diz que faz manutenção constante

Para amenizar o descontentamento dos passageiros, a companhia aérea pagou refeições e providenciou a ida deles para suas casas ou hotéis. O voo foi remarcado para as 23h55m de ontem.

A Air France não informou por que os defeitos nos banheiros não foram detectados antes de o avião decolar. A empresa descartou falha de manutenção, informando que faz inspeções constantes em suas aeronaves.

Ainda de acordo com a companhia, a última vistoria feita no avião aconteceu no dia 2 passado. A Air France acrescentou que "uma investigação técnica interna já está sendo conduzida, a fim de verificar as causas do ocorrido".

A engenheira Evelyn Cohen contou que, no dia 12, seu filho Alan Cohen, de 22 anos, estava no voo 443, que teria apresentado problemas elétricos.

— Houve pane elétrica numa ala do avião, fazendo os passageiros viajarem com todas as luzes apagadas ou todas acesas — disse. A Air France informou que não teve conhecimento da pane elétrica no voo do dia 12.

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