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Ganho fiscal melhora números da Embraer no 4º trimestre

Virgínia Silveira, de São José dos Campos (SP) - Valor

A Embraer fechou o quarto trimestre com um lucro líquido de R$ 167,5 milhões, comparado a uma perda de R$ 40,5 milhões no mesmo período do ano anterior, ajudada por um crédito fiscal de R$ 106,5 milhões.

Operacionalmente, no entanto, a situação piorou. O lucro antes do resultado financeiro foi de R$ 60,3 milhões, uma queda de 86% em relação ao ano anterior.

A receita líquida de vendas caiu 32%, para R$ 2,8 bilhões. A margem bruta (relação entre receita e custo de produção) caiu de 20% para 19%.

A empresa registrou uma despesa operacional líquida de R$ 228,4 milhões, comparado a R$ 33,7 milhões. Pesou para a piora o registro de uma despesa não operacional de R$ 179 milhões, ligada a uma garantia financeira que a fabricante tinha com a companhia Mesa Air, que entrou com pedido de recuperação judicial.

No ano, a receita líquida foi de R$ 10,8 bilhões, 13% menor que a obtida em 2008. Segundo a Embraer, os resultados foram afetados pela redução do número de jatos comerciais entregues no período, 40 a menos que em 2008.

Apesar do número de entregas totais durante o ano ter superado em 20% o de 2008, com 244 aeronaves, o volume não teve impacto significativo na receita da empresa, por conta da queda nas entregas de jatos comerciais (de 162 para 122), que têm maior valor agregado. Houve um crescimento nas entregas de jatos executivos, que saltou de 36 para 115 aeronaves, mas deste total 93 são do modelo Phenom 100, que tem um custo médio de US$ 3,5 milhões, enquanto o preço de um jato Embraer 190 gira em torno de US$ 39,5 milhões.

No acumulado do ano, o lucro líquido da companhia totalizou R$ 894,6 milhões, ante os R$ 428,8 milhões obtidos no exercício de 2008. A margem operacional de 2009 foi de 6,8% e o caixa líquido atingiu R$ 849,4 milhões, mesmo com a forte apreciação do real no período. A Embraer encerrou o último trimestre de 2009 com um total de 91 aeronaves entregues e uma receita líquida de R$ 2,7 bilhões.

A crise financeira internacional também afetou de forma negativa a demanda por novos pedidos e a empresa terminou o ano de 2009 com apenas 23 aeronaves vendidas. Em anos normais a empresa vendia uma média de oito a dez aeronaves a cada 20 dias ou em um mês. Em 2010, porém, a Embraer estima um crescimento no número de encomendas, pois, desde o final de 2009, vem observando alguns sinais positivos de recuperação, como o aumento da atividade econômica global e a melhora dos indicadores de performance do mercado de aviação comercial.

A previsão da Embraer é que as vendas este ano ultrapassem os volumes do ano passado e a receita atinja um patamar da ordem de US$ 5 bilhões. A aviação comercial deverá ser responsável por US$ 2,6 bilhões e a receita estimada para o segmento de aviação executiva é de US$ 1,1 bilhão. No setor de defesa, a Embraer prevê uma receita de US$ 650 milhões.

Em relação às entregas, a Embraer estima um total de 90 jatos comerciais e 137 aeronaves executivas, sendo 120 da família Phenom e outros 17 dos modelos Legacy e Lineage. No fim de 2009, a carteira de pedidos firmes totalizava US$ 16,6 bilhões, ou o equivalente a 3,3 anos de receitas.

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