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12 março 2010

Agência proíbe cobrança de adicional de combustível

Alberto Komatsu, de São Paulo - Valor

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulga hoje a proibição da cobrança de uma taxa conhecida como adicional de combustível nos preços das passagens aéreas internacionais e nos fretes de cargas aéreas.

As companhias aéreas que voam para o exterior e as de transporte aéreo de remessas terão 90 dias para se adaptarem, após a publicação da medida no Diário Oficial da União, o que deve acontecer hoje.

"O objetivo é disciplinar as informações prestadas ao passageiro. Quanto mais transparência houver para o consumidor, mais eles poderão comparar (preços) e estimular a concorrência", responde o superintendente de Regulação Econômica e Acompanhamento de Mercado da Anac, Juliano Alcântara Noman, ao ser questionado se a proibição poderia baratear os preços das passagens internacionais ou coibir a formação de cartel no setor de cargas.

Em janeiro, a Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, concluiu parecer no qual pede a condenação de sete companhias aéreas por formação de cartel. Esse documento foi encaminhado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

São citadas no parecer do SDE a ABSA, Air France, Alitalia, American Airlines, KLM, VarigLog e United Airlines. Elas só vão se pronunciar após a decisão do Cade e podem ser multadas em até 30% do seu faturamento no setor de cargas, no Brasil. Quinze executivos e funcionários dessas empresas também poderão ser multados em até 50% do valor aplicado à companhia.

Investigações que duraram dois anos apuraram que essas empresas teriam usado o adicional de combustível, uma taxa que oscila entre US$ 0,10 e US$ 0,60 por quilo, para combinar preços comuns entre elas por meio de troca de e-mails. A SDE obteve cópias desses e-mails após a realização de operações de busca e apreensão de documentos nas companhias, no Brasil. A Lufthansa Cargo e a Swiss International Airlines também estavam sendo investigadas, mas não entraram na lista da SDE que pede a condenação do cartel.

No caso das passagens aéreas internacionais, o diretor da Anac não soube estimar o valor do adicional de combustível que era embutido nos preços. Como exemplo hipotético, cita que algumas empresas cobravam US$ 500 só pelo bilhete e US$ 200 de taxas, incluindo o adicional de combustível.

De acordo com Noman, o valor específico dessa taxa varia conforme o destino e a depende da política de cada companhia aérea.

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