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Fracassa acerto de contas da Varig com União

FELIPE SELIGMAN

LEANDRA PERES

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA – FOLHA DE S.PAULO

O acordo entre a antiga Varig e o governo, que previa acerto de contas e a transferência de recursos para o pagamento dos aposentados da empresa, não tem condições jurídicas de ser fechado.

A área técnica do governo terminou levantamento de dívidas e do crédito da empresa e concluiu que há um saldo negativo de R$ 1 bilhão. A Varig tem R$ 2,7 bilhões a receber da União. A dívida que a Varig acumula em impostos e contribuições atrasadas supera R$ 3,7 bilhões.

A Folha apurou que a saída para o problema é aprovar lei que dê benefícios especiais à Varig e permita à área jurídica do governo incluir no acerto de contas créditos que ainda são considerados duvidosos, por exemplo.

A decisão já foi comunicada oficialmente aos aeronautas. No início da semana, o ministro Luís Adams (Advocacia Geral da União) se reuniu com a presidente do sindicato, Graziella Baggio, e entregou o relatório preparado pelo governo.

A desistência do acordo não foi comunicada oficialmente ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde uma ação está paralisada à espera do encontro de contas, porque os representantes dos trabalhadores da Varig pediram tempo para analisar o relatório oficial.

A solução definitiva para a Varig tem de ser encontrada até o fim do mês, quando acaba o prazo de adesão ao Refis, programa de refinanciamento de dívidas com a União. Se o prazo for perdido, a dívida será corrigida por valores originais e não haverá os descontos de multas e juros previstos no parcelamento especial.

Sem o acerto de contas, a situação dos aposentados do Aerus, fundo de pensão da Varig, fica praticamente insolúvel. O crédito da Varig contra a União é a garantia que os 10,5 mil aposentados têm de voltar a receber parte de seus benefícios.

Desde 2006, metade dos ex-funcionários da empresa ganha 8% da aposentadoria a que teria direito e o restante recebe entre 35% e 40%, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas.

"Os peritos contratados pelos trabalhadores e pelo Aerus calcularam que a Varig tenha R$ 4,1 bilhões a receber do governo. Esse crédito é para o fundo de pensão, não é para pagar tributos", disse a presidente do sindicato, Graziella Baggio.

Ela argumenta que no processo de recuperação judicial da Varig todos os credores concordaram que os recursos envolvidos no acerto de contas fossem dados em garantia ao fundo de pensão e não podem ser usados somente para quitar impostos.

O crédito que a Varig tem direito a receber do governo diz respeito a uma ação judicial que a empresa ganhou em última instância no STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Varig argumentou que os congelamentos de preços nas tarifas aéreas nos anos 80 causaram um desequilíbrio econômico e precisam ser ressarcidos pela União.

Comentários

Anônimo disse…
O SINDICATO AINDA TEM UMA SAIDA QUE É PRESSIONAR OS MINISTROS DO STF A JULGAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CORRIGINDO O ERRO DE DIZER QUE A GOL NÃO TEM QUE PAGAR AS DÍVIDAS, POIS O STF JULGOU CONTRA VONTADE DO LEGISLADOR QUE DISSE:
NA RECUPERAÇÃO TEM SUCESSÃO NA FALÊNCIA NÃO, A VARIG ESTAVA EM RECUPERAÇÃO QUEM COMPROU TINHA QUE ASSUMIR AS DIVIDAS.
JAMAIS O GOVERNO IA PAGAR UMA DÍVIDA QUE É DO DONO DA GOL QUE
COMPROU A PARTE BOA DA VARIG E DEIXOU A PARTE PODRE PARA OS POBRES APOSENTADOS E TRABALHADORES. O SINDICATO NÃO MOVEU UMA PALHA NA AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE FALENCIAS QUE FOI JULGADA NO STF.
VAMOS VER SE AGORA ACORDA!

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