Pular para o conteúdo principal

Pior já passou, mas crise vai até 2011, diz Embraer

Murillo Camarotto, Valor Online, de São Paulo

O cenário negativo para os negócios da Embraer, com demanda fraca e cancelamento de pedidos, pode já ter atingido o "fundo do poço", porém a situação deve se manter neste nível até 2011. A avaliação é do presidente da companhia, Frederico Curado, segundo o qual a estrutura da Embraer já está adequada para um mercado "ruim" esperado para os próximos dois anos.

"Talvez a coisa tenha parado de piorar. A situação se estabilizou um pouco. Pararam os cancelamentos em massa. Mas as vendas seguem muito fracas", disse o executivo, após almoço promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB-SP).

A expectativa de mercado fraco nos próximos anos afasta a possibilidade de recontratação de parte dos cerca de 4.050 funcionários demitidos em fevereiro, sendo 4 mil no Brasil. Segundo Curado, falar em recontratação seria "criar falsas expectativas". "Ainda não há expectativa de retomada. Seria ótimo se houvesse", afirmou ele.

O presidente da Embraer salientou que as céticas projeções para 2010 já contemplam uma definição favorável em relação à venda de jatos para a Argentina e para China, hoje pendentes de aprovação das autoridades daqueles países.

O caso da China é mais complicado, já que o governo do país asiático decidiu cancelar, em novembro do ano passado, a compra de 45 modelos Embraer 190. Em sua última visita à China, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva tentou, sem sucesso, desencalhar o negócio.

"Acredito que a atitude do governo chinês pode ter o objetivo de regular a frota em meio à demanda enfraquecida. É uma possibilidade. A China tem uma relação crescente com o Brasil e nossa expectativa é que essa restrição desapareça", afirmou o presidente da Embraer.

Ele elogiou ainda, apesar da certa desconfiança, a intenção do governo de criar um banco voltado exclusivamente ao financiamento do comércio exterior brasileiro, nos moldes do Eximbank americano.

"A ideia é ótima. Fundamental. Não estou certo se vai acontecer, pois já foi dito outras vezes, mas o ministro (do Desenvolvimento) Miguel Jorge foi muito assertivo", completou o presidente da Embraer, que tem a grande maioria de suas vendas direcionadas ao mercado externo.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul