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Gol passa a cobrar serviço de bordo

Roberta Campassi, de São Paulo – Valor

A Gol substituirá o serviço de bordo minguado e grátis por um mais substancioso e cobrado à parte. O novo modelo é inédito no Brasil e começa a ser aplicado hoje nas rotas que ligam o aeroporto de Cumbica às capitais Salvador, Porto Alegre, Recife e Belém. No futuro, passará a valer em todos os voos acima de duas horas.

Os passageiros receberão cardápios enquanto voam para escolher entre quatro tipos de sanduíche a R$ 10 cada, acompanhamentos (como batata e chocolates) e bebidas frias e quentes a partir de R$ 3. Combinados desses itens sairão por R$ 12 ou R$ 15. Dinheiro e cartão serão aceitos.

Quem não comprar nada receberá apenas amendoim e bebidas frias não alcoólicas - esses produtos, junto com bolachas e barrinhas, compõem o serviço de bordo da Gol até agora.

É a primeira vez que uma empresa brasileira cobrará pela alimentação dentro dos voos, embora essa seja prática comum de aéreas de baixo custo como a Gol nos EUA e Europa. No Brasil, a líder de mercado TAM mantém serviço de bordo mais tradicional e a Azul, criada no ano passado, oferece ao cliente guloseimas como biscoito e batata à vontade. Os custos estão inclusos nos preços dos bilhetes.

Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da Gol, diz que aérea fez pesquisas e identificou que "a grande maioria" dos clientes concorda com a cobrança à parte por um lanche mais completo, mas quer ainda receber alguma coisa se não optar pela compra. O novo modelo, segundo o executivo, é mais democrático, porque deixa de embutir no preço da passagem uma alimentação que o cliente pode não querer.

Gargioni diz que os preços cobrados são o suficiente para cobrir o aumento dos custos da Gol e que as margens de lucro sobre a venda serão "muito pequenas".

A alteração no serviço de bordo da Gol foi abordada no fórum Contato Radar, que discute aviação na internet. De 51 comentários publicados entre sábado e a tarde de ontem, 12 eram a favor da mudança e oito, contra. Os outros não traziam posições claras.

Para André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company, que atende a TAM, a cobrança pelo serviço de bordo tende a contrariar o comportamento mais usual do brasileiro, que sempre quer "mais por menos". Segundo ele, também é muito complexo para a empresa aérea diferenciar os serviços entre passageiros quando todos estão dentro do avião.

 

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