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No Brasil, mercado corporativo sinaliza que o pior já passou

Gabriel Costa – Jornal do Brasil

Segundo o relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), as companhias aéreas da região da Ásia-Pacífico podem registrar o pior desempenho em 2009, com perdas estimadas em US$ 3,3 bilhões, seguida pelas empresas europeias, com prejuízo esperado de US$ 1,8 bilhão. Já para as companhias brasileiras, segundo empresários do setor, o pior do impacto já mostra sinais de ficou para trás.

– Posso afirmar, sentido o mercado, o comportamento de clientes corporativos e agentes de viagem, que o pior já passou – disse o presidente da Azul, Pedro Janot, ao Jornal do Brasil. – Já se notam melhorias e o realinhamento do mercado corporativo, e a expectativa é de um cenário melhor no segundo semestre.

A combinação da retração no crédito com a queda na demanda decorrente da crise financeira trouxe um panorama desanimador para o setor. No mês passado, o presidente da Embraer, Frederico Curado, afirmou não esperar recuperação na aviação comercial antes de 2011, por se tratar de uma indústria altamente alavancada, o que potencializa os danos da escassez de crédito.

Segundo Wagner Ferreira, presidente da Webjet, no entanto, o transporte aéreo doméstico no Brasil mostra crescimento em 2009. De acordo com o executivo, que foi vice-presidente da Vasp e da Tam, os índices do mercado este ano devem ficar próximos aos de 2008, quando a indústria doméstica cresceu 7%.

"O crescimento reflete uma das nossas estratégias, que é a aquisição, até o final de junho, de aeronaves Boeing 737-700, com capacidade para 136 passageiros cada, totalizando 16 aviões em operação", informou Ferreira em nota ao JB. "Começamos o ano com 11 aviões, e estamos aumentando a frota em quase 50%, o que mostra o quanto acreditamos no mercado".

Para manter a liderança nos mercados doméstico e internacional, a Tam prevê aumentar a oferta de assentos em 8% e 20%, respectivamente. Outra meta é manter a taxa de ocupação total nos voos em torno de 67%. A companhia manteve o plano de investimentos de US$ 6,9 bilhões até 2018 para a ampliação da frota. A Tam já cumpriu o plano de frota para este ano, que previa encerrar 2009 com 132 aeronaves.

Já o presidente da Azul disse que, embora a crise tenha acirrado a concorrência, a companhia aposta em um nicho pouco aproveitado no Brasil: a ligação de cidades com voos diretos, frequentes e sem escala. Janot ressaltou que o país já teve 350 cidades ligadas pela aviação regular, mas agora tem menos de 100. Procurada, a Gol não havia se manifestado até o fechamento desta edição.

 

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