Prefeito quer discutir o projeto de reforma com o governo federal



Ricardo Brandt e Bruno Tavares


O prefeito Gilberto Kassab (DEM) criticou ontem o projeto da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) de ampliação do Aeroporto Campo de Marte. “Ele está dentro da cidade, as pessoas moram no seu entorno e, portanto, a sua instalação precisa ser muito bem discutida com a sociedade. Temos problemas no Aeroporto de Congonhas, não queremos um problema a mais na cidade de São Paulo”, disse, ao visitar um clube municipal em Santo Amaro, na zona sul da capital paulista.

As reformas permitirão aumentar os pousos e decolagens em até 9% e incluem nova torre de controle e alargamento da pista, orçados em R$ 76 milhões, além de um prédio comercial e melhorias no terminal de embarque. Kassab disse que nenhum representante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou da Aeronáutica o procurou até agora para tratar do assunto e cobrou a necessidade de uma discussão integrada. “Tenho certeza de que o governo federal vai discutir essas ações com o Estado e com a Prefeitura. Queremos o seu funcionamento (do aeroporto), mas com mais segurança”, declarou.

Kassab frisou que sua maior preocupação se refere à segurança. “É uma decisão muito séria, que envolve um aeroporto no coração da cidade. São públicos os problemas que temos em Congonhas, e as soluções ainda estão sendo apresentadas para melhorar a sua segurança.”

O presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho, apoiou as declarações de Kassab. Disse considerar “um equívoco a Infraero anunciar, sem discussão, a ampliação do Campo de Marte e a construção de shoppings e restaurantes na área hoje em litígio entre União e Prefeitura”. O aeroporto tem 22 hangares e iniciou a construção de mais um. Para o futuro, a previsão é de 15 novos hangares, ampliação no pátio de aeronaves, construção do segundo heliponto e instalação de novas câmeras no pátio e nas cabeceiras da pista.

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