Para agência, mercado concentrado gerou resultado
DA SUCURSAL DO RIO
As empresas aéreas brasileiras registraram perdas de R$ 1,27 bilhão no ano passado, de acordo com o Anuário Econômico divulgado ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Em 2006, o resultado negativo foi de R$ 173 milhões. O ano passado foi marcado pelo chamado caos no setor aéreo, que começou ainda em 2006, com o agravamento da crise da Varig, passou pela greve dos controladores de vôo e culminou com a saída de toda a primeira diretoria da Anac. Foi também o ano do acidente com o vôo 3054 da TAM em julho, no aeroporto de Congonhas. Morreram 199 pessoas na tragédia.
De acordo com a agência de Aviação, os resultados foram afetados pela concentração significativa do mercado em apenas duas empresas, após a crise da Varig. Com isso, houve redução da participação das empresas brasileiras no mercado internacional.
Os resultados do anuário incluem dados de 23 empresas regulares, como TAM, Gol e OceanAir.
O documento também inclui informações sobre empresas de táxi aéreo e de serviços especializados, como combate a incêndio e aeroagrícola.
Oferta supera demanda
Ao contrário de 2006, em que as grandes companhias aéreas registraram resultados recordes, no ano passado a oferta cresceu acima da demanda em cinco pontos percentuais.
Em 2007, a demanda teve alta de 14,2%. Isto foi resultado, entre outras coisas, da política de ampliação da frota, com encomendas de novas aeronaves pelas companhias diante do crescimento continuado na faixa dos dois dígitos da demanda no transporte doméstico.
Com mais aviões e concorrência, as empresas partiram para uma política mais agressiva de preços. Em compensação, em 2008 as companhias praticaram aumentos de preços e rotas nas quais há maior demanda. Elas já receberam aumentos de até 40% neste ano.
No tráfego internacional, as empresas não conseguiram absorver integralmente os passageiros que usavam a Varig. Com isso, houve redução de 9,4% no número de passageiros/km transportados pagos no total das empresas regulares.
O indicador relaciona o número de passageiros que efetivamente viajaram ao total de quilômetros voados. Em 2008, a TAM investiu nas rotas para o exterior e já representa 73,92% do transporte internacional feito por empresas brasileiras.