Nova companhia aérea pretende oferecer passagens mais baratas para compras antecipadas e também incentivar viagens de famílias a lazer pelo país


MARCELO FLACH

Desde março, quando foi criada, a Azul Linhas Aéreas anuncia que pretende oferecer passagens mais baratas. A dúvida é como concretizará isso, num mercado em que o custo operacional – combustível e taxas aeroportuárias, entre outros – é semelhante entre as companhias.

Em fase de implantação, a empresa deu algumas pistas de como vai alcançar isso. Pretende oferecer descontos para a aquisição antecipada de passagens, beneficiar compras em grupo, como famílias, e ainda proporcionar o benefício para quem tiver uma permanência mínima no destino.

– Atualmente, a diferença de preço é muito pequena se comprar uma passagem hoje ou três meses antes – disse Miguel Dau, vice-presidente operacional da Azul. – Comprar com antecedência, o conceito é esse, mas ainda não temos definido como se dará.

Conforme o executivo, um dado estatístico que precisa ser revertido é a proporção de viajantes no país. Cerca de 80% dos passageiros estão a trabalho, e 20%, a lazer. Nos Estados Unidos, é o contrário, acrescentou.

Um dos primeiros fatores a pesar menos na contabilidade da empresa, disse o vice-presidente, é a opção por jatos da brasileira Embraer. Com capacidade até 118 lugares, tornam o vôo rentável com menos passageiros, enquanto TAM e Gol, que utilizam Airbus e Boeing com até 180 assentos, precisam ter mais pessoas a bordo para fazer cada operação lucrativa.

Outro foco da empresa é atrair usuários oferecendo mais vôos diretos entre cidades, permitindo que o passageiro, principalmente viajando a negócios, vá e volte no mesmo dia.

– Hoje, Porto Alegre a Confins (aeroporto em Belo Horizonte) não há nenhum opção sem escalas. Isso acaba reduzindo o potencial de passageiros – afirma.

A rota citada por Dau é apenas um exemplo, porque a companhia guarda como um segredo a malha aérea, para não facilitar a vida da concorrência. A Azul listou os 25 trechos mais rentáveis do país, mas também pretende operar rotas inexploradas, em cidades de “elevada densidade”, explicou o executivo. No Rio Grande do Sul, além da Capital, a Azul estuda o potencial de pólos do interior.

No futuro, empresa pensa em voar na América do Sul

Na apresentação que fez para alunos do curso da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, em Porto Alegre, Dau mostrou um mapa no qual o raio de vôo dos jatos da Embraer englobava toda a América do Sul.

– Temos interesse em voar pela América do Sul, mas inicialmente o foco é o Brasil.

Dau reforçou que há mercado no para uma nova empresa aérea sem precisar tirar passageiros das atuais. Anualmente são vendidas no país cerca de 40 milhões de passagens.

Programada para iniciar as operações em janeiro, a Azul pode adiantar em um mês as atividades.

PRIMEIRO AVIÃO GANHA CORES NA CAPITAL

O primeiro Embraer 190 ganhará as cores da Azul no hangar da VEM no aeroporto Salgado Filho, na Capital. A aterrissagem está prevista para amanhã à tarde. O jato chega com as cores da JetBlue, empresa norte-americana onde estava operando desde março passado, quando saiu da fábrica.

Assim como a nova companhia aérea, a JetBlue foi fundada pelo empresário David Neeleman. Dos seis aviões que a Azul pretende ter no início das operações, ao menos dois devem ser do modelo 190. Quatro serão Embraer 195 (com capacidade até 118 passageiros) e virão diretamente da Embraer.

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