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O aeroporto do futuro

Tecnologia de ponta pode ajudar companhias aéreas a enfrentar a elevação nos custos do combustível



RICARDO OSMAN, DE BRUXELAS

JÁ IMAGINOU ESCOLHER o vôo e comprar a passagem por meio de seu celular? Uma vez no aeroporto, o celular exibirá um código de barra que será lido por equipamento especial e o levará ao egate, um portão automático. Ali, você mostrará o passaporte para a máquina e colocará o dedo indicador em um visor. O e-gate conferirá os dados e checará se o passaporte pertence à pessoa que está à sua frente. Se tudo estiver em ordem, a catraca se abrirá. Siga em frente e faça uma boa viagem. A cena não faz parte de nenhuma história de ficção científica. Trata-se da descrição do embarque no aeroporto do futuro, do jeito que está sendo planejado atualmente.

Nada de filas, de burocracia e nada de funcionários no balcão. O embarque automatizado, no estilo self-service, foi o principal tema do Air Transport IT Summit que se realizou em Bruxelas, no dia 19 de junho. Este tipo de embarque é apontado pelos empresários do setor como uma solução capaz de reduzir custos das companhias aéreas e fazer frente aos crescentes aumentos no preço do combustível. O encontro foi promovido pela Sita (Société Internationale de Télécommunications Aéronautiques), fornecedora de soluções e serviços de comunicação para a indústria de aviação. A Sita foi fundada por companhias aéreas em 1949 e está presente em 220 países, inclusive o Brasil.

"Com o preço do barril de petróleo acima dos US$ 130, precisamos urgentemente desenvolver tecnologias que vão atender os consumidores das companhias, reduzir custos e equipar ainda melhor nossas equipes", disse Paul Coby, presidente mundial da British Airways, ao abrir o IT Summit. Em todos os debates, os palestrantes destacaram a importância do comércio eletrônico, da internet e dos celulares no futuro. Francesco Violante, CEO da Sita, alertou para a necessidade de as empresas recorrerem à tecnologia de ponta como web 2.0. "Isto sim poderá ajudar bastante a suportar as perdas previstas para o setor, que são de US$ 2,3 bilhões neste ano", concluiu ele.

O diretor de marketing da Sita, Dominique El Bez, garantiu, em entrevista à DINHEIRO, que o celular terá papel decisivo no aeroporto do futuro. "Há uma revolução crescente na indústria dos celulares que poderá nos beneficiar", diz El Bez. "A leitura de código de barras em celulares já é uma realidade, segundo ele, em alguns aeroportos do Japão e dos Estados Unidos." Apesar das afirmações confiantes, as novidades exibidas no IT Summit, como o e-gate, provocaram apreensões em especialistas. Depois dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, boa parte do embarque e do desembarque dos passageiros, sobretudo em vôos internacionais, é regida por normas rígidas de segurança - e estas não podem ser simplificadas. El Bez diz que a identificação dos passageiros por meio de tecnologia biométrica irá aumentar a segurança. Mas será preciso testar antes para valer o novo modelo de embarque.

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